25 dezembro 2008

E o tempo passa.


Faz exatamente um mês que não escrevo nada aqui no meu blog. O fato de não ter um computador a disposição para quando preciso expressar meus sentimentos dificulta bastante, pois já tive tantas coisas que quis imprimir aqui e ficaram apenas na idéia.

Muito aconteceu nesse mês que passou.

Estou morando numa mansão no centro de Gramado, uma das mais antigas da região. Vivo e trabalho lá com outras vinte pessoas. É como se fosse um Big Brother sem câmeras. Onde cada um é totalmente diferente do outro, e todos têm personalidade bastante marcante (sem contar com o elevado grau de loucura de cada um).

Gramado é como se fosse um planeta que orbita na região serrana do Rio Grande do Sul. Digamos que é um parque temático disfarçado de cidade. É o Natal mais conhecido do país... curioso que logo eu, que sempre ignorei o Natal tenha caido no núcleo de um Natal reconhecido em todo o Brasil.

Fiquei desde Novembro trabalhando todos os dias, de Domingo a Domingo. No principio achei que não viria a ser um problema, mas nos ultimos dias já sentia meu corpo pedindo uma pausa. Obtive frutos bons desse trabalho, já poderei ter uma casa para quando voltar para Porto Alegre e comprar um colchão onde dormir.

Fortaleci laços com pessoas que sei que serão muito importantes para meu futuro a medio e longo prazo.

Mas de todas as coisas que me aconteceram nesse mês que passou, a que mais feliz me deixou foi o fato de eu conhecer o embrião do que será minha futura banda: TAIME CHER.

Reuni com um amigo do trabalho (guitarrista ímpar) e começamos a trabalhar encima de umas músicas que a tempo eu tinha na gaveta. Sairam coisas realmente muito boas. E já temos até um fã club. No dia 22 foi nosso primeiro show, num bar da cidade de Canela (vizinha de Gramado), e lá tinhamos gente cantando conosco, vibrando e gritando. E visualizei o que viria a ser aquele embrião.


Isso.

26 novembro 2008

Desgarrado

Escuto as pessoas que por um motivo ou outro têm que deixar familia, amigos e toda uma vida para trás para ir a outro lugar. Elas quase sempre se lamentam por causa disso, ficam todo o tempo lembrando do passado a que pertenciam antes do presente em que vivem. Quase arrependidos de terem tomado a resolução que as levaram onde estão.
Eu sou a ovelha desgarrada. Tenho um passado que pesa bastante nas costas, porém sempre olho o presente com animo, e deixo o passado guardado na memória sem olhar com nostalgia. O passado nada mais é que o alimento que criou esse presente, o alicerce para meu futuro. E como todo alicerce de uma casa, fica escondido entre paredes e chão.

17 novembro 2008

Hoje


Hoje é um novo dia.
Iniciei o post com essa frase por não ter outra que iniciar. Talvez porque mesmo sendo o final de um dia que passou, hoje continua sendo num novo dia.
Quando eu vim para Porto Alegre, sabia que vinha rumo a uma nova aventura, tinha dentro de mim uma ânsia de algo inusitado, e agora me encontro no olho desse furacão.
Foi algo tão aventura que agora que paro para pensar mais calmamente, vejo que sou realmente um louco correndo atrás das borboletas no campo. Esqueci aquela máxima que diz: "Em lugar de correr atrás das borboletas, melhor plantar flores para que elas venham."
Vim sem ter casa, sem conhecer ninguém, sem ter muito dinheiro (fato esse que já levo de letra, não ter muito dinheiro), abandonando quem me deu tanto amor e carinho... vim cego por uma aventura da qual não me importava as consequencias, apenas a jornada, a adrenalina.
Hoje minha casa (que ainda não tenho) é o porão de um velho edificio no centro da cidade; frio, húmedo e escuro. Minha cama é um sofá onde caibo bem, estando sentado. Meu café da manhã será o meu almoço e daqui a alguns dias nem sei com existirá o almoço.
Arrependido? Jamais. Na verdade ainda gosto dessas loucas aventuras, apesar de estar a cada dia menos fã delas. Já foi tempo que um lençol estirado no chão para mim era leito de plumas.
Já levo uma longa jornada sendo "monge", a cada dia desejo mais o conforto da vida. Penso que uma cama me fará melhor companhia nas minhas noites solitarias.
Uma coisa tenho a agradecer a Deus (agradeço tudo a ele), sempre colocou no meu caminho pessoas dispostas a me ajudar. Obrigado Pai, por dar forças a minhas pernas para correr atrás das borboletas.
Hoje começo a sembrar flores, as borboletas que venham ao meu templo.
isso.

15 novembro 2008

Dez dias


Faz exatos dez dias que não escrevo nada aqui no meu diário do cyberspaço.
Nesses dez dias aconteceram tantas reviravoltas no meu cotididano, muitas coisas que vi e senti das quais gostaria de relatar, mas por falta de uma maquina pessoal acabaram ficando na memória apenas ou em algum dos meus cadernos ( tem um pra sonhos, um pra pensamentos e um para o "muito eu")...
Como nesse exato momento não tenho aquela explosão literaria acontecendo dentro de mim, e nem sei por qual parte poderia começar a contar as coisas que me acontecem agora. Vou postar um poema.. quem sabe mais tarde esteja mais apto a escrever...

Eu gosto sempre de lembrar quando vou apresentar essse poema que o fiz sentado ao lado da estátua de Carlos Drummond de Andrade, que existe em Copacabana. E que no momento que comecei a escreve-lo, dois carros bateram bem na minha frente (batidinha leve básica, mas batida)


Cabeças

Bateu agora nessa cabeça
De cabeça para baixo
Uma vontade de escrever.
Talvez com alguma rima,
Ou melhor vou sem rimar.
Aprendendo com o vasto mundo
Pra encontrar o meu Raimundo,
Entre o crack de dois carros
Que chocam, ou duas bocas.
No estalo de um isqueiro
Acendendo todo teu paiol.
Com o movimento de uns dedos
Entre o mistério de suas pernas
Para que você perca a cabeça.

Bateu agora nessa cabeça
A de cima e a de baixo
Uma loucura de te encontrar.
Talvez com algum medo,
Ou melhor vou sem temer
Procurando na nossa cidade
Um caminho para a felicidade
Entre o ruído de duas línguas
Que molham, ou dois corpos.
Na ignição de um ventre
Acelerando toda minha maquina
Com movimentos dos olhares
Nos revelando ou escondendo
Enquanto perdemos nossas cabeças.



isso

05 novembro 2008

5 de Novembro


Hoje é um dia muito especial e marcante para o mundo. E principalmente para mim.
Algo histórico aconteceu, um negro foi eleito para o cargo mais importante do mundo, presidente dos EUA. O negão já entrou como um mito, me emocionei quase ao choro vendo o discurso dele. Eu torci desde o primeiro momento, quando ainda disputada com a Clinton. Nada como uma mudança drástica para trazer mudanças reais. Foi assim que aconteceu aqui no Brasil quando Lula entrou, e creio que está sendo o melhor capitão que o nosso barco já teve. Esperemos que o capitão novo nesse grande mar esteja a altura do cargo.
Hoje meu filho completa sete anos de idade. Sinto muita saudade dele e creio que ele mais do que eu sente minha falta. Essa minha vida de correr mundo sempre me deixou mais tempo longe que perto dele, sendo eu apenas uma lembrança, uma voz no telefone, alguém que está nalgum lugar longe onde não tem como ele visitar assim tão facilmente. É como a historia se repetindo. Durante toda minha infância minha mãe esteve viajando e meu pai uma foto sem ao menos voz no telefone. Talvez por isso não me doa fazer meu menino sentir essa dor. É cruel admitir isso, mas é assim. Hoje serei outra vez a voz no telefone desejando feliz aniversario.
Hoje minha namorada terminou oficialmente comigo. Eu sonhava, mesmo dentro das adversidades atuais, poder estar muito tempo ao lado dela. Sofro com essa mudança, não há como não sofrer quando se rompe com alguém que se gosta, mas tenho o peito já tão calejado com idas, despedidas, distâncias e acredito tanto nas variações da vida que simplesmente enfrento essa dor como uma experiência necessária para minha evolução pessoal. Eu sei que isso soa estranho, mas a vida acabou me ensinando assim...
O último, porém não menos importante fato que faz desse cinco de Novembro um dia tão ímpar na minha vida atual é um livro que terminei de ler. Surfistas da Zuvuya de José Arguelles. Um livro que me trouxe a memória antigas experiencias, que a tempos eu tinha no arquivo da mente. Esse livro voltou a me despertar à um caminho que eu tinha esquecido que devia seguir. E sei que o apareciemento dele na minha vida significará o aparecimento de pessoas que tenham o interesse pelos mesmo temas.
Cinco de Novembro de 2008 será um dia que ficará na memória de muitas pessoas, muito na minha pelas coisas que aconteceram condensadas em um único dia.


Um pequeno adendo. Quem viu "V de Vingança" dos irmãos Wachowski? Alguém adivinha a data fatídica da historia no filme?

Isso.

04 novembro 2008

Ler enriquece


Está acontecendo aqui em Porto Alegre a (não sei qual número)º Feira do Livro.
O lema dessa feira é "Ler enriquece", penso no significado real e abstrato que essa frase tem. Eu, apesar de já ter lido muitos livros na minha curta vida (nada comparado com o que eu gostaria e deveria já ter lido) não estou rico. Financeiramente falando, claro. Meu mundo interior é de uma riqueza ímpar quando comparado ao crescente contigente funcionalmente analfabeto que temos na nossa nação. Aprende-se a ler, abcedario, conjugar os verbos, analises sintaticas, morfológicas, segundo grau, faculdade e... um tiro na literatura. As pessoas simplesmente esquecem que sabem ler. Você não vê quase pessoas nas praças sentadas lendo um livro, no onibus, numa lanchonete ou simplesmente comentando sobre literatura. Claro, no meio universitario até acontece, mas não deveria ser o pilar da nação?
Ler enriquece. Conheço pessoas que ficaram ricas (materialemente falando) que mal sabem compor as palavras. A cultura delas foi a cultura de acordar ainda de madrugada e trabalhar muito. E tem aqueles que são imensamente ricos culturalmente (no meu caso só bem de vida cultural) e estão pobres, segundo o conceito rico/pobre que a sociedade atual tem.
O importante é que eu estou morando ao lado da feira do livro, e diariamente estou indo lá ver os livros, assistir eventos e palestras. Como sou pobre de dinheiro e rico de palavras fico tirando casquinha dos livros e sonhando qual dos que estão no "super saldo" eu vou comprar.
Quando um dia eu seja rico de materia espero ainda ter o apetite para comer bastante livros como venho comendo até hoje, ficar então rico de dinheiro e milionario de literatura.

Isso.

03 novembro 2008

Itália

Postando um poema que foi escrito pra uma cachorra linda que eu tive.
Já que uma amiga comentou e pediu que eu postasse essa poema aqui.


Itália.

Julguei perdido meu atrativo.
Julguei leviano teu desespero.
O amor é um cavalo caindo
Num despenhadeiro.

Mordi sem força teu dedo esquivo.
Caí de boca num pulo amigo.
Cresci no dente e no abraço.
Tá de graça? Der mole eu traço.

Viajei sumido no meu mal-trato.
Viajei sem graça tua ambição.
O amor é um rio que acende
Levando-nos no seu arrastão.

Segundo Domingo


Meu dia ontem foi bastante especial.
Estou a cada dia gostando mais da capital dos riograndenses. O estilo das ruas, as pessoas, o clima agradável. Algo que me deixa bastante feliz é que aqui voltei a sentir aquela sensação de novidade, da possibilidade de encontrar o novo ao dobrar uma curva, ao sair detrás das árvores e ver um parque repleto de surpresas a serem descobertas. Não tinha essa sensação desde que voltei da Europa, e senti-la outra vez é muito bom.
Ontem fui ao Parque da Redenção (oficialmente chama-se Faroupilha, mas aqui eles chamam Redenção) e notei tudo muito light. Sem os doidos que conheci na semana anterior... Fiquei sentado, escrevi alguns versos no meu caderno, somei-lhe alguma prosa, ri bastante da cantada da menina lésbica sobre a menina hetero. " Oi. Você é hetero?" - "Eh... Sou." - "Ah. Desculpa então." - "Quer dizer, depende. É você que quer saber?" - "Não. É a minha amiga. Aquela ali." - "Loirinha bonitinha sua amiga. Se ela quiser conversar..." e foram dar um passeio enquanto a amiga lesbica ficou sentada no banco ao lado do meu. Puxei assunto, não sobre sua lesbiandade, mas sobre o que poderia eu fazer na cidade num dia de Domingo. Foi que acabei descobrindo sobre o show que acontecia na Usina do Gasometro. Show, ar livre, um mar de pessoas... é pra la que eu vou. Fui caminhando pra melhor conhecer o caminho. Chegando lá descobri que aqui existe um sindicato para os guardadores de automoveis, no Rio chamados flanelinhas, me soou engraçado. Se arranham seu carro podemos reclamar no sindicato?
Entrei no mar humano. Tocava uma banda da qual não me lembro nem nome, nem música. Tentei até identificar na multidão algum dos doidos conhecidos na semana anterior, mas não tive grande sucesso ou interesse de encontra-los. Um grupo, dreads na cabeça; "Oi irmão. Sou de fora, posso chegar?" - "Chega ai." O nome do cara era Teimoso, figura fácil de lembrar. Cabeça feita. "Valeu teimoso. Vou navegar." E fui andando meu caminho sem trilha certa, costurando as almas e dentro do meu proprio mundo.
De repente alguém falou comigo. "Ei, você conhece Bevar Cristiania?" Que maravilha, uma alma para ser salva.
(Voltemos algumas horas antes. Estava eu dentro do meu cubículo, recém saido do banho. Olhei o tempo, pouca ameaça de chuva seria apesar do céu cheio de nuvens. "Vou de chinelo e manga curta." Coloquei minha camisa do São Jorge, mas olhei na gaveta aquele vermelho. "Não, vou colocar essa camisa. Hoje vou conhecer alguem especial por causa dela.")
Me uni ao grupo. "Esse é fulano, essa é ciclona e essa é metadona..." Não lembro um nome sequer. Até tentei conversar por algum tempo, mas com tantos decibéis fica mais complicado ter um dialogo justo. "Eh, vou dar uma volta." Voltei ao mar.
Sentei numa área mais afastada pra poder observar de longe a multidão. Se meus olhos fossem uma maquina fotografica, que fotos ja teria feito na minha vida... passou um tempo. "Posso sentar aqui, brother?" - "Eu prefiro ficar sozinho. Mas como o parque é público." Cara muito estranho, fedido, magro, nervoso e muito suspeito. Sentou bem perto de mim. Tensei, esperando o bote. Ele olhou pra um lado, pra outro, olhou pra trás como procurando alguma coisa, virou pra mim e quando ia puxar alguma coisa debaixo do casaco eu pulei pra longe olhando fixo o infeliz. O cara tentou levantar atrás de mim mas escurregou e caiu. Patético. Minha vontade foi enxer o imbecil de porrada, pra descarregar toda a testosterona que esta acumulada no meu corpo. (Ah, ficar sem sexo é dicifil). Mas pra que iria eu semear violência quando o que quero é paz?
Segui meu caminho... Quando a tarde foi chegando ao seu fim o céu abriu lugar ao Sol. Pude então ver o famoso pôr do Sol de Porto Alegre. A Sol apareceu para se pôr, fiz até uns versos sobre o momento. "Curti" um pouco o show do Afroreagge, que chato, já passou minha fase "favela". Continuei navegando e um grupo começava uma fogueira. "É pra ali que eu vou." Chegando lá vi uma menina que segurava umas claves tão bonitas e azuis, "Posso brincar com suas claves?" "Você sabe?" "Um pouco." Fiquei durante um bom tempo dentro do meu mundo brincando com as claves, a fogueira já estava forte então. Otimo final de dia, maravilhoso inicio de noite. Já me sentia então menos anti-social que antes, e nesse grupo acabei me enturmando um pouco mais. Todos universitarios, inclusive um deles eu tinha conhecido na semana anterior, ele que lembrou de mim. Conversamos sobre muitas coisas, principalmente sobre o Rio de Janeiro. É bom saber que as pessoas aqui gostam tanto da minha terra. "Vamos pra um show que tá acontecendo lá na cidade baixa? é gratis." Adoro essa frase curta e direta: "é gratis". Fui. 11º festival de musica de Porto Alegre. Fiquei pouco tempo lá. Preferi estar embaixo de uma marquise ao lado da sorveteria blablando sobre já nem me lembro o que. Nada como filosofar sobre tudo e nada sentado na rua. Deveriam ensinar esses costumes nas escolas. Deram onze da noite, e decidi que o melhor seria voltar ao meu cubículo. Meu segundo Domingo foi bastante completo.


Isso.

Sempre bom

Hoje recebi um e-mail de uma amiga que me deixou bastante feliz, ela tinha conflitos para se aceitar, colo na integra:

aprendii a gostar d mim e do meu jeito q sou
um amigO me deu uma dica pra q isso funcionasse
ele mandou eu dizer assim para o meu corpO---> "como minha mão é linda. obrigado Deus, por eu ter mãos" - "como minhas pernas são lindas. obrigado Deus por eu ter pernas." "como minha bunda é linda. obrigado Deus por eu ter bunda." "como meus olhos são lindos. obrigado Deus por eu ter olhos." "como minha boca é linda. obrigado Deus por eu ter boca." "como meus seios são lindos. obrigado Deus por eu ter seios" etc etc etc...
rsrs
no começo foii estranhO
mas aos poukos fuii percebendo o kantuu sou maravilhosa e bela
pq a beleza não está no exterior e sim no nosso interior...
Vou dizer mais um vez---> Obrigaduu por sua amizade...
bjO!



é sempre bom saber de coisas assim...
isso.

30 outubro 2008

Passado, presente e futuro.


Domingo passado aconteceu uma coisa que me marcará para toda a vida. Vivem acontecendo coisas marcantes comigo, mas essa foi muito peculiar.
Eu estava andando direção a minha casa para pegaro violão, já que a chuva dava sinais claros de tregua e com uma viola seria mais fácil fazer amigos. Estava eu caminhando quando vi num ponto de onibus várias pessoas debrussadas sobre um senhor que jazia desmaiado no banco. Repentinamente algo me impulsionou para ir no velho homem. Cheguei lá ninguem sabia o que fazer, pareciam ter medo de tocar no velho todo torto, como se ele fosse um leproso. Sentei no banco coloquei o velho no meu colo e falei pra uma mulher revitar o bolso deles a procura de um celular, um telefone, qualquer coisa. Falei pra um muleque que olhava atonito que procura-se um guarda, qualquer coisa. E me veio na cabeça um e-mail que recebi a anos atrás sobre os sintomas de um derrame e o que fazer quando uma pessoa estiver tendo um. Atitudes simples que podem salvar a vida de um individuo. Olhei a face do velho, branca como cera, labios torcidos, pontas dos dedos roxos... "Alguem tem uma agulha? Um alfinete. Qualquer coisa que fure?" Uma senhora me esticou uma agulha com a qual furei as pontas dos dedos do velho onde o sangue espirou com pressão no inicio mas depois ficou mais ameno, e furei os lobulos das orelhas dele. Enquanto eu fazia isso já havia chegado um policial que já chamara uma ambulancia. Quando ele me perguntou: "Você sabe o que está fazendo?" - "Cara, sei mas eu nunca fiz. Mas sei que pode salvar a vida dele." Não falou mais nada comigo e pediu as pessoas que se afastassem para o senhor poder respirar. Lentamente o velho, ainda sobre meu colo, foi recobrando a cor. "Você é enfermeiro?" - "Não." Quando os paramédicos chegaram, uns dez minutos depois, o velho ainda estava desfalecido, porém tinha mais cor na pele. Pegaram ele e peguntaram que eu tinha feito. Respondi. Como eu sabia daquele procedimento? Tinha lido num e-mail tempos atrás. Perguntaram se eu queria acompanhar o velho, disse que não pois tinha um compromisso (a viola, o parque e os novos amigos).
Naquele dia vi a morte rondar perto de mim. E tive uma sensação que os médicos têm, e que hoje entendo muito melhor, a de salvar uma vida, ou ao menos proporcionar uma qualidade muito melhor no futuro. Tudo não durou mais de vinte minutos, mas foi tão longo e intenso, como se d um filme se tratasse. Se eu não tivesse lido aquele e-mail e prestado atenção não poderia amenizar os efeitos do derrame naquele senhor. Se o Sol não tivesse aparecido e meus dedos não tivessem coçado para tocar as cordas, não teria visto a cena e me apresentado para ser um ator nela.
Tudo. No passado e no presente são alimento para algo no futuro. Por isso é importante ficarmos atentos a TUDO.
O nome do senhor era Dante Biercks, jamais penso esquecer.

isso.

25 outubro 2008

Bala com bala


Canção mais que muito maravilhosa. Interpretada pela gaúcha mais querida do Brasil: Elis Regina (os que achem a gisele, pode ir a...)


Bala com Bala
João Bosco


A sala cala e o jornal prepara quem está na sala

Com pipoca e com bala ¾ e o urubu sai voando

O tempo corre e o suor escorre, vem alguém de porre

Há um corre-corre, e o mocinho chegando, dando.

Eu esqueço sempre nesta hora (linda, loura)

Minha velha fuga em todo impasse;

Eu esqueço sempre nesta hora (linda loura)

Quanto me custa dar a outra face.

O tapa estala no balacobaco e é fala com fala

E é bala com bala e o galã se espalhando, dando.

No rala-rala quando acaba a bala é faca com faca

É rapa com rapa e eu me realizando, bambo.

Quando a luz acende é uma tristeza (trapo, presa),

Minha coragem muda em cansaço.

Toda fita em série que se preza (dizem, reza)

Acaba sempre no melhor pedaço.

Cheguei ao Porto


Bem, cheguei aqui na capital dos Pampas. Minha primeira impressão está sendo boa, vejamos qual será quando o Dezembro chegar e a neve natalina começar a cair sobre minha alma.
Me lembra a decadência chic de Portugal, até o cheiro tem semelhança. De momento vivo num pulgueiro bem no coração da cidade, mas é até divertido se não fosse tão fedido. Se conhecer algum estudante de biologia, levo ele pra fazer trabalho de campo no banheiro do apartamento, certamente encontra alguma nova bacteria desconhecida da humanidade.
tem pouco mais de vinte quatro horas que cheguei, pouco posso falar sobre o lugar. Só que a primeira impressão foi satisfatoria (e a primeira impressão não é a que fica?)



Isso.

23 outubro 2008

Other poem

Aqui vai um poema que escrevi uns dias antes de vir morar em Brasilia.


Dono da montanha.

Se eles mandam nas montanhas
por que não me dão um monte
de palavras que renascidas
se alimentam de horizontes?

Se eles mandam nos castelos
por que não me dão um legado?
Irei lavar-me em outros caminhos
bem mais planos, sem espinhos,
e seguir menos carregado
de nós secos e engasgados.

Se me dessem só um monte
que cabesse apenas uma curva,
a casa branca e telhados amplos
para nos proteger da chuva.

Se eles têm todo o capital
por que não compram o meu corpo
pra servir como um animal
de carga, carregando no dorso
a nação com toda a calma?
Se o pai quer me ver seguro
que proteja a minha alma
escondida aqui nesse sussuro.


isso

Impressões de Brasilia III


Meu tempo aqui foi curto. Nem três meses completos. Mas foi o suficiente para aprender que gostei e não gostei dessa cidade.
A cidade é tão impessoal que fica dificil sentir-se e não sentir-se identificado com ela. Adorei esta cidade, detestei esta. Essa é a sensação que me causou Brasilia, algo ambiguo (perdeu a trema, né?).
Chegando aqui acabei descobrindo uma nova familia, inclusive um pai. Obrigado Henrique por ser uma pessoa tão única e ter um coração tão grande. Um cara que acabou me ensinando que mesmo amando alguem é muito importante lutarmos para ficar estável na vida. E ser serio não significa não ter bom humor, qual a melhor coisa pra relaxar? Um vinho acompanhado de violão, claro.
Adorei da concepção da cidade. A organização das coisas me lembra muito as partes novas das cidades da Europa. A forma de pássaro do plano piloto - o três poderes ficam na calda da ave, na cabeça fica uma rodoviaria velha e decadente-. O lago Paranoá parece um falcão negro que vai engolir o passarinho que é Brasilia. Guará I é desorganizado, Guara II é uma bagunça total. A violência aqui é maior que no Rio, sei que parece absurdo falar isso, já que o Rio é conhecido no Brasil todo por ser violento, mas garanto que aqui é mais violento que no Rio, digam o que quiserem. Hoje de manhã eu e Henrique apreciamos som de tiros na rua: "Foi tiro não foi?" - "Foi" (ex-morador de favela sempre vai saber quando foi tiro.)
O governo do DF é quem indica os prefeitos das cidades. Não existe eleição para as cidades, uma máfia só. Um anel para controlar todos.
As cigarras? inesquecivel.
Aqui tem um monte de árvores frutiferas nas ruas. Pode-se comer manga, jamelão, amora, goiaba. Devia ter bananas, já que é a fruta nacional por exelênci, mas não têm. As pobres esturicariam com a securo desse lugar.
E como é seco. Nariz sangra, pele de camelo. E saiba que teu sapato vai ficar vermelho. Oh cidade pra ter barro.
Almocei num ministerio. Não fui visitar a inercia do congresso, mas assisti Mozart ao ar livre e com ele ao fundo. Uma cena realmente maravilhosa. O eixo monumental e a explanada dos ministerios é algo realmente interessante de se ver. Passar pela ponto JK. As festas em barcos no lago. O pontão. A catedral, o museu da republica, o teatro nacional são obras arquitetonicas únicas.
Minha experiencia aqui foi maravilhosa. E com certeza em algum momento voltarei, mesmo que seja apenas para mostrar ao meu filho.
É uma cidade para se conhecer, não pra viver. Linda e horrivel ao mesmo tempo. Pode não ser a capital que o país precisa, mas é a capital que o país merece.
Não morra sem conhecer Brasilia, é o que posso dizer.

Isso.

22 outubro 2008

Numa República


Aqui em Brasilia (agora começou mesmo a contagem regressiva, sexta-feira 12:45 eu viajo) eu vivi numa república de estudantes.
Foi uma experiência bastante divertida. Eramos onze homens entre 18 e 33 anos dividindo casa, sonhos, esforço e muito bom humor. Não repetia-se nenhum estado, cada um era de um lugar diferente do país, a república da Socorro (nome da dona) foi minha Brasilia doméstica e lá com orgulho eu representei o Rio de Janeiro. Minha principal aportação fluminense foi introduzir um violão na casa, e promover várias serestas que eram acompanhadas com alegria por muitos que abandonavam momentaneamente os livros pra cantar com o grupo.
Um dos fatores que aconteciam era que perdiamos os nossos nomes e eramos sempre chamados por nossa origem. Eu desde um principio fui Carioca, inclusive quando alguem ligava pra mim e diziam pra falar com o Danton ficavam em dúvida de quem era.
Todos estudantes da UNB ou para algum tipo de concurso. Brasilia é a capital do Concurso público.
O paulista vai ser delegado. O gaúcho vai ser diplomata. O baiano vai ser enfermeiro. O paraiba vai ser nutricionista (nesse curso o mérito pra entrar não é acadêmico, senão estético, hehe). O cearense vai ser médico. O amazonino (sei que não é assim, mas assim o chamavamos) vai ser biólogo. O paraense vai ser zootecnologo (jamais vi alguem gostar tanto de cobras) O goiano vai ser o concurso que conseguir passar. O carioca é um aventureiro que ainda não sabe o que vai ser mas quer ser e é muitas coisas.

Isso.

21 outubro 2008

Coração seco

estou hiper feliz e satisfeito com uma canção que acabei de criar... não tenho como colocar a música aqui, vai a letra:


CORAÇÃO SECO

Vencedores são que decidem o que contar
no impresso futuro da memoria
almas vencidas não podem sequer aspirar
ser um fruto na árvore da historia.

Numa batalha foi definido a quem perguntar
sobre um passado que não sabemos.
com que capital vamos poder contratar
quem nos guie onde desconhecemos

o coração do país é seco
caminho oferecido é um beco
igualdade nessa nação foi dar um rolé
não tem pão nem tem razão sendo mais um zé

a força que move o país é o nêgo
preto ou branco é mais um sujeito
pra aliementar a prole o Zé perdeu a razão
tomou porrada, foi pra cadeia por roubar um grão.

Pra chegar ao meu destino que rua entrar?
onde encontro um mapa do caminho?
vou batendo minha cabeça até aceitar
que o mapa desenho eu sozinho.

espero que o meu filho possa um dia ver
o mundo pensando diferente
onde é mais importante o ser não o ter
e paz dominando nossa mente.

19 outubro 2008

Poema

Quero

Quero a flor de teu seio queimado

A saliva de sal de tua boca selvagem

Teu hálito suave na minha orelha

E teu ventre moreno todo suado.

Quero a flor de teu segredo inocente

A força das tuas bravas pernas-miragem

Teus dentes tímidos na minha veia

E tua fruta arisca ardendo de quente.

Não ficas. Mas me matas.

Não falas. Mas me acaricias.

Não gemes. Mas me sentes.

Quero a flor do teu beijo medroso

A paixão das tuas unhas afiadas

Teu coração latindo no meu peito

E nossos corpos num amor gostoso.

Um novo destino


Eu já deveria estar acostumado com isso, afinal já viví a sensação de mudar o lugar onde vivo tantas vezes. Mesmo assim estou bastante inseguro com essa nova mudança que se aproxima, já que essa, diferente de todas as outras que passei, é para um lugar onde estarei realmente "by myself".
Um novo horizonte que contemplo. Estar numa empreitada especificamente por motivos financeiros.
Sempre fui uma pessoa que primou a evolução psico-espiritual antes da material. Mas creio que já alcancei um nível de amadurecimento (hahaha, isso é o que gosto de acreditar) suficiente para deixar de ser um duro. Esse meu passo nômade logo quando eu já formulara a idéia de ser mais estável me dá um pouco de medo, como jamais tive antes. Pois sei que nesse momento estou deixando no congelador algo/alguém que jamais tive antes... e esse é o principal motivo da minha tremedeira de pernas antes de embarcar nesse navio.
Uma coisa é certa. Tudo que tem que ser será, e se essa relação precisa ficar um tempo de molho para que eu possa tirar de mim as manchas de uma conduta que me levou a essa instabilidade, e assim poder viver mais comodamente meu "estável" futuro, que assim seja.
O fato é que Porto Alegre está batendo a minha porta e eu aqui precisando de uma fralda por ter medo de algo que estou cabeludo de saber.

Isso.

17 outubro 2008

Impressões de Brasilia II


Muitas coisas podem ser ditas sobre Brasilia, mas a única que não pode ser é de que essa cidade é um retrato de nossa nação.
Uma das caracteristicas não só das cidades Brasileiras, como a esmagadora maioria das cidades no mundo todo é que a cidades crescem de uma forma organica. Brasilia desde o primeiro momento foi pensada e repensada e de orgânica não tem nada. Tudo aqui funciona por setores. Setor pra morar, pra comercio, pra igreja, escolas... não foi dado a cidade a oportunidade de crescer segundo suas necessidades, de uma forma orgânica. Por esse mesmo motivo, tudo aqui é distante de tudo e se você não tem um veiculo proprio, esqueça, pois chegar nos lugares pode ser uma autêntica odisséia.

Representa o Brasil?? HA... se a grande maioria da população é pobre, essa não é uma cidade pra quem é pobre. Como já disse, se você não tem carro, esqueça. O metrô nos fim de semana por exemplo só funciona até as sete da noite, só mesmo pra massa operaria.
Esta cidade foi feita pra quem tem dinheiro. Tudo aqui é caro. Viver é caro. Comer é caro. Diversão é cara. Caso você não preencha o requisito "sou funcionario público e ganho bem" estás bem fudido. Vai ter que se contentar com escutar o canto das cigarras. Que até meia noite cantam (digo isso pois agora mesmo estou escutando uma cantar enquanto escrevo)

Se tem algo que posso dizer de Brasilia é que ela não representa o que o Brasil é. Mas algo ela tem que pode se encontrar em demasia no Brasil: Malandragem. Aqui tem um contingente de malandros que faz do Rio de Janeiro um jardim de infância.

Viva a Capital.

15 outubro 2008

Impressões de Brasilia I


Meu tempo nessa cidade não é muito, acho que sequer chegou a três meses, mas vendo pelo lado frenético que funcionam as coisas hoje em dia, creio que nesse tempo já pode-se ter alguma impressão mais profunda que a tida numa visita de fim de semana.
Se há uma coisa que sempre lembrarei de Brasilia é: como cantam as cigarras por essas terras. Na tarde podemos escutar por todos os lugares a sinfonia metalica. Onde haja meia duzia de árvores juntas no DF, lá estarão elas zuniando até a auto-explosão. Eu em particular gosto do canto delas, me soa divertido, mas fico imaginando se elas ficam quatro anos embaixo da terra como larva até sairem já adultas e em apenas um dia cantar até a morte... o sub-solo de Brasilia deve ser um sem fim de larvas de cigarras. Pela quantidade de cantantes que escutamos diariamente...
Isso faz com que eu lembre do conto da Cigarra e a Formiga. Pois aqui em Brasilia também existe muitas formigas, mas elas estão escondidas no chão.
Uma analogia aos trabalhadores que ninguem vê e as cigarras (funcionarios da maquina felizes da vida) cantando por todos os lados.


Logo posto outra impressão de Brasilia.

13 outubro 2008

Outro Poema

Segundo eterno.

Apenas um segundo é preciso. Só um.

Nesse segundo necessário podemos

Ver tantas coisas serem criadas. Num

Ínfimo segundo temos a ejaculação

Que vai mandar a semente ao óvulo.

No segundo que parece tão sem valor

Nos apaixonamos pela garota da esquina.

Menos que isso separa o vencedor do

Que perde todo seu dinheiro nos cavalos.

Num segundo que passa mais veliz que

O verso mal rimado de um poeta surdo,

Podemos decidir entre um sim ou não,

Sobre qualquer assunto, mesmo absurdo.

Um segundo é o tempo suficiente para

Uma vida de milhões de horas vazar

Pelo ralo sujo. O tempo que separa

Respirar ou estar no descanso eterno.

Pode ser o tempo que Deus nos concede

Para decidir entre céu ou inferno.

É o tempo que quem é esperado lhe pede

Para não perder algum outro segundo.

É muito mais do que falta para

Ter a carne dilacerada por um ferro.

Mas um segundo a espera de quem se ama

Transforma-se num cruel segundo eterno.

De onde sou?




Eu nasci no Rio de Janeiro. Bem no miolo do Rio, lá na praça quinze. Do lado do principal porto que o Brasil já teve durante vários secúlos, hoje apenas um monumento que serve para fazer sombra para os mendigos.
Mais carioca que isso impossível.
Segundo meus pais fui concebido em Copacabana, a cidade (sim, cidade. quem diz que copacabana é bairro é porque não a conhece realmente) brasileira mais famosa no mundo todo.
Onde vivi? Ai a coisa complica.
Nova Iguaçu, Copacabana, Niteroi, São Gonçalo, Irajá, Onório Gurgel (pior lugar da minha vida), O Porto, Madrid, Vidigal, Brasilia... Omiti alguma coisa, não deu pra lembrar todos lugares, casas, colégios, etc.
Os lugares que já conheci? Ai então que eu não lembro mesmo. Faria uma lista enorme e tediosa aqui... foram bastantes. Mas nem uma mínima parte do que ainda vou conhecer. Em outra vida devo ter sido um mercador, marinheiro, fugitivo... qualquer personagem que viajava e conhecia muitos lugares e pessoas. Esse é meu destino e não penso fugir dele.
Por isso quando perguntam de onde sou minha cabeça fica em dúvida, apesar de eu sempre responder que sou de Nova Iguaçu - é o lugar onde me sinto mais em casa, apesar de me sentir muito em casa em outros lugares também - . Sou do mundo. Pois não importa o lugar que eu esteja, sempre sou um estranho lá e sempre me sinto bem. Ilógico, não? É, essa é umas das minhas principais caracteristicas: Não ser lógico (segundo a lógica vigente)
Semana que vem estou indo morar em outra cidade. Porto Alegre. Já fui lá muitos anos atrás, mas não lembro nem de uma rua sequer.
Vai ser meu ultimo destino? Ha, ha, ha. Penso ficar lá o tempo que tiver de ser.
Quem diz que eu não crio raízes não sabe de nada. Eu crio sim. Mas sempre vou plantar mudas minhas em outros lugares.

Isso.

Paciência



Ao colocar uma semente na terra, a tendência é que ela nasça e cresça. mas esse processo é influenciado por muitos fatores: a estação do ano, fertilidade da terra, carinho das gotas que molham esse solo... mas ante tudo, o processo de crescimento requer paciência, que a natureza tem de sobra.
Vivemos em uma época em que tudo corre de uma forma vertiginosamente veloz. Vive-se em um mês o que décadas atrás tardava-se anos, com toda essa necessidade e enxurrada de informações. Para ter uma ideia, antes os bebês nasciam com os olhos fechados, hoje nascem olhando com ansiedade de informação, pois não há tempo a perder.
Ficamos mal acostumados com isso?
Mal acostumei a mim mesmo, ou simplesmente segui a tendência de uma geração. Agora tenho que aprender a ter paciência, plantar a semente e não querer acelerar a movimento das estações. Se o solo é fértil, de que adianta eu querer que a terra gire mais rápido? Que o tempo corra a seu tempo até que o fruto adoce meus lábios.
Estava mal acostumado a ter o que queria rapidamente nas mãos. Hoje para ter o que mais quero, antes devo querer a paciência para que ela me presenteie com o sonho do meu coração.
Serei como a árvore que nasce e cresce esperando pacientemente o primeiro fruto nascer.

Isso.
Faz quase sete anos eu decidi ser escritor.
Tenho o sido desde então, mas fui sempre um escritor - como a expressão de um amigo lá de Nova Iguaçu -, escritor de gaveta. Escrevendo e levando a serio o que escrevia mas deixando para a apreciação das analfabetas traças e antipoeticos cupins.
Quero ser diferente agora. Creio que amadureci ao ponto de ser mais serio e insistente na minha escrita. Talvez melhor expressado seria dizer, mais continuado...
Um blog onde eu post para... (quem?) pode ser um bom motivo. Um diário on-line onde retrato-me dentro de uma estética que é criada a cada nova postagem, segundo a anima que me governe no dia.
Isso.

POEMA


Tem um poema que eu sempre apresento primeiro... ai vai:










Triunfo da perda e o lamento dos que ganham

Gostaria muito de contar
apenas ainda não sei a quem
todas as minha mágoas,
minhas inventadas e fingidas lágrimas.

Gostaria tanto já ter aprendido
fazer desses sentimentos sonetos
montando tudo em versos perfeitos
ou encaixando em rimas sem jeito

Pegar essa ideia do sentimento.
transmutar-la em magras frases
ou longos textos. Apanhar e
bater nas palavras que arranham
viver o triunfo da perda e
o lamento dos que ganham.
Espalhar verbos por todas partes
deixando assim meu trabalho feito.

Gostaria de engolir menos verbos
verdugos nessa hora de silêncio
seja um tambor de rosas azuis ou
um leito egoista coberto de espinhos.

Gostaria de igualar a balança,
só que pesando pro meu lado,
para achar um amor que machuque
ou o desafinar em um torto verso.

Primeirão

Decidi então criar um blog só pra mim, pra falar das minhas coisas, a que pé vão meus projetos pessoais e profissionais e bla bla blais em geral.
Primeiro post pra falar sobre nada. Se amanhã eu estiver vivo (com certeza estarei) escrevo mais um pouco. 
Agora vou brincar de enfeitar meu Blogg.
isso.