23 janeiro 2009

Eles são vivos.



Faz já um tempo que descobri algo que é quase assustador.
Personagens não são serem que existem apenas na ficção, eles tem vidas, são seres imaginarios com auto-vontade.
A primeira peça de teatro que escrevi chamava-se "Contra regla de una farsa", contava a historia de um diretor/autor que tinha a intenção de parir uma obra teatral segundo suas proprias crenças. Só que no meio do caminho, conforme ele vai criando os personagens para atuarem o que ele quer, os personagens vão fazendo o que querem, atuam da forma que acham certo (cênicamente falando), são tão audaciosos que também criam outros personagens e no segundo ato (a peça tem três) vemos nosso autor desesperado lutando para tomar as rédeas de sua criação enquanto suas criações colocam as rédeas nele.
Por que estou falando nisso agora? Simples. Estou trabalhando num romance e conforme a historia vai avançando e as personagens vão se solidificando, parece que vão ganhando formato quase fisico dentro da minha cabeça. Como se a materia éteria da qual são formadas não fosse sufieciente para eles. Eu penso numa determinada situação onde ele poderia tomar tal atitude, mas por já existir uma caracteristica de sua personalidade, ele me diz que impossivel tomar tal atitude.. e por ai vai. É fácil saber onde uma historia começa. Mas por onde ela se desenvolve e onde ela culminará, isso é uma grande misterio.
Situações assim me levam a pensar no "O mundo de Sophia", onde ela descobre ser uma personagem dentro de um livro, e mesmo assim tem vontades e sentimentos proprios. Ou no filme "13º andar" de Josef Rusnak, onde o mundo que as personagens acham real, na verdade é uma realidade virtual.
Seremos todos personagens de um autor celeste ou rotinas de programação?
Que são esses códigos verdes movendo-se na minha frente?


isso.

22 janeiro 2009

Primeiro poema


Qual foi meu primeiro poema?
Eu não era assim tão jovem quando o escrevi, teria meus 19 anos quando meu primeiro poema saiu da ponta de uma caneta.
Ah! Agora lembro, os meus primeiros poemas foram os que escrevi no BLOCO BRANCO, um bloco sem pauta que comprei em Portugal para escrever a carta que seria enterrada com meu pai.
Lembro que quando estava no trem Madrid-Lisboa um amigo da escola de teatro me ligou e disse: "Danton, no hay nada que yo pueda decirte en una situación como esta. Solo una cosa que me ayudó mucho cuando perdi a mi padre: escribe." Agradeci o conselho.
Depois de escrever a carta ao meu finado pai, - lembro como se fosse ontem, eu sentado num bar bebendo guanará, escrevendo a carta, chorando sobre ela e as pessoas me olhando - fui andando sem rumo pela cidade de Lisboa. Subi ao ponto mais alto da cidade, um antigo castelo na cume de um morro (Castelo de São Jorge, meu santo protetor) e lá, no meu recente bloco, decidi que seria escritor, nele pus um texto invocando criatividade e talento para minha missão. Arranquei aquela folha do bloco, queimei e joguei-a ao vento ardendo. Queimou inteira com a cidade portuguesa como pano de fundo.

Durante meses escrevi naquele bloco, até que terminasse. Não colocava as ideias em verso, escrevia como se fosse prosa. Muitas folhas escritas depois que eu fui descobrir que aqueles escritos eram poesias com ritmo, rimas e metaforas, mas disfarçadas de prosa. Eu já trovava sem saber.
Talvez meu primeiro poema tenha sido a carta que escrevi a meu pai.



isso.

19 janeiro 2009

Ideias


As ideias são como sopros de vento. Estão ai no ar, para serem recolhidas por narizes e mentes sagazes, que adivinhem na enciclopedia da vida, as necessidades das coorporações humanas.

A ideia de um poema por exemplo, vem de uma rima soprada pelos cabelos de um ser que passa, ou uma flor que brota no jardim da mente.

Tive uma ideia, mas sobre ela eu não digo muito. Só que fui presenteado com uma gota divina, que caiu bem no meio do meu crânio.




isso

18 janeiro 2009

Estrelas


Há quem afugenta o amor quando começam a senti-lo com mais intensidade, por medo de deixar seu coração navegar num oceano das paixões, amarram-no a um cáis de concreto e vilezas; obrigando sua tripulação, ansiosa por essas odisseias navais, ficar triste olhando o horizonte oceânico.
Há quem entenda amor por domínio e privações de liberdades que todos devemos ter, até mesmo quando aceitamos ir para a cárcere da paixão.
Minha mãe sempre me ensinou que amor é liberdade, com suas palavras e ações. Desde o útero aprendi assim e jamais poderei abdicar dessa forma de pensamento, seria como voltar a idade média depois de visitar as estrelas.
E quando visitamos as estrelas ou aprendemos outras formas de amar que divergem do padrão imposto, fica bem mais complicado aceitar primitivismos.
E ainda assim, quando nosso peito está faminto, nos deixamos voltar noutro século.


isso.

17 janeiro 2009

Espacinho

Vou achando meu espaço. Agora começo a sentir que posso me encontrar em casa. Antes quando estava vivendo lá na terra do papai natal (Gramado), era como um limbo profissional que não dava margem pra parte de mim que quer a cada dia escrever mais e mais.
Creio que agora vou poder voltar com as escrituras aqui no meu diario digital. Colocar os versos e canções que nasçam de mim. Compartilhar minhas experiencias atravez dos meus textos. Estajam no formato que estejam.
Ontem foi um dia muito feliz parar mim. Nada como um dia feliz na memoria. Conheci partes de mim que deixara algo ignoradas, e por aflora-las tive lucros. Conheci partes alheias que me deixaram encantado, com uma rápida dança, um ligeira conversa e mais um baile antes do "See you later".
Ontem as coisas para mim cairam no céu, como uma chuva refrescante de verão depois da tarde escaldante. Foi uma maravilhosa noite, dormi pensando nela.


isso.

14 janeiro 2009

Poemas

Aqui vão dois poemas que escrevi ontem a noite. Como um pai orgulhoso de seus filhos, os apresento aqui:


Sexo Poético

Hoje vou fazer amor com as letras
já que nem senti seu cheiro
beijei-lhe a boca ou chupei-lhe as tetas.
Fiquei assim, sem ser inteiro.

Hoje vou trepar com essas frases
já que na boca há um sem sabor
e ainda antes que o poema acabe
possa eu encontrar na poesia amor.

Hoje gozarei feliz numa metafora
já que a noite é quente e infinita
e minha deusa fria me joga fora
ao mesmo tempo que me atiça.




POEMA MUDO

Escreverei um poema mudo
para tentar expressar de um pouco
sobre esse mim que é tudo.
Vou me libertar desse calabouço
no qual descansava meu braço
surdo, me atirar nos seios dela,
a literatura, que me premia
com suas ideias, seus sussuros.

Desejar e seduzir-me com silêncios,
desenvenenar-me de maus ditos
e ser quem eu sou, bem autêntico.
Agradecer os mais bem vistos
isolemos o que não queremos
lembremos sempre que nos amemos
e se o bagulho, mermão, tá sinistro
faz com Deus um fiel compromisso.



Isso.

07 janeiro 2009

Primeiro de 2009


Quando eu fito o horizonte
Lá tão distante, entre as nuvens
E castelos de concreto e metal,
Lembro de tantos amigos e amores
Que ficaram guardados nas gavetas
Da lembrança.
Lembro dos rostos,
Nomes e sabores, amargos e doces.

Quando penso em mais um ano
Ficando na memória, mais historias
Para serem contadas para outras
Almas que um dia conhecerei
Noutras estradas que essa vida
Ainda construirá, lembro feliz
De outras vezes que os fogos
Gritaram no céu e eu pensei
Num futuro que agora eu vivo.

Quando guardo essa lágrima
Dentro do meu oculto sentimento,
Fingindo ser um cara forte,
Aquele a quem nada jamais afeta,
Lembro dos meus filhos e mães
Que povoaram minha vida e hoje
Povoam minhas lembranças e sonhos.

E os fogos explodem entre estrelas
Como a cada réveillon, e eu desejo
No topo de uma sábia arvore
Um futuro que sei que encontrarei
Na próxima esquina do eterno.
Obrigado Deus, por realizar meus
Desejos no teu próprio tempo
Na minha própia, e única, vida.
isso.

Se escrevo

Se me dedico dessa forma a escrever, é para não enlouquecer com os pensamentos que povoam meu cérebro. Para deixar eles num papel, esquecê-los num verso ou prosa.
Penso na rejeição e nos jogos de amor que só fazem minha cabeça esquentar, que só fazem eu desfocar e ter que atuar cada vez mais dentro desse mundo disfarçado de teatro, ou seria teatro disfarçado de mundo?
Houve um momento na minha vida em que eu decidi parar de atuar, deixar de lado as máscaras para me dedicar mais a mim mesmo. Isso aconteceu numa das vezes que morri, numa das vezes que deixei de ser quem eu era para evoluir a quem já não sou mais.
Mas hoje tive que voltar a vestir essas máscaras que sujam minha integridade, que me enlouquecem lentamente com suas regras de certo e errado, com suas falsidades, intrigas e gargalhadas. Hoje, para poder comer, eu tenho que fingir indiferença diante de babuínos que se gabam das coroas de príncipes alegoriando suas cabeças. O mais difícil é estar sujeito a ser súdito de quem mal sabe governar a si mesmo.
Escrevo para esquecer que usei esse castelo que vivo agora para escapar de outro castelo onde estava acorrentado, e penso que talvez não queira mais viver em castelos.

isso.

06 janeiro 2009

Castelo

Se me dedico dessa forma a escrever, é para não enlouquecer com pensamentos que povoam meu cérebro. Para deixar eles num papel, esquecê-los num verso ou prosa.

Penso na rejeição e nos jogos de amor que só fazem minha cabeça esquentar, que só me fazem desfocar e ter que atuar cada vez mais dentro desse mundo disfarçado de teatro, ou seria teatro disfarçado de mundo?

Houve um monento na minha vida em que decidi parar de atuar, deixar de lado as mascaras para me dedicar mais a mim mesmo. Isso aconteceu numa das vezes que morri, numa das vezes que deixei de ser quem eu era para evoluir a quem já não sou mais.

Hoje tive que voltar a vestir essa máscara que suja minha integridade, que me enlouquece lentamente com suas regras de certo e errado, com suas falsidades, intrigas e gargalhadas. Hoje, para poder comer, tenho que fingir indiferença a frente de babuinos que se gabam de coroas de principe alegoriando suas ocas cabeças. O mais dificil é estar sujeito a ser sudito de quem mal sabe governar a si mesmo.

Escrevo para esquecer que usei esse castelo que agora vivo para fugir de outro onde estava acorrentado, e penso que talvez eu não queira