23 janeiro 2009

Eles são vivos.



Faz já um tempo que descobri algo que é quase assustador.
Personagens não são serem que existem apenas na ficção, eles tem vidas, são seres imaginarios com auto-vontade.
A primeira peça de teatro que escrevi chamava-se "Contra regla de una farsa", contava a historia de um diretor/autor que tinha a intenção de parir uma obra teatral segundo suas proprias crenças. Só que no meio do caminho, conforme ele vai criando os personagens para atuarem o que ele quer, os personagens vão fazendo o que querem, atuam da forma que acham certo (cênicamente falando), são tão audaciosos que também criam outros personagens e no segundo ato (a peça tem três) vemos nosso autor desesperado lutando para tomar as rédeas de sua criação enquanto suas criações colocam as rédeas nele.
Por que estou falando nisso agora? Simples. Estou trabalhando num romance e conforme a historia vai avançando e as personagens vão se solidificando, parece que vão ganhando formato quase fisico dentro da minha cabeça. Como se a materia éteria da qual são formadas não fosse sufieciente para eles. Eu penso numa determinada situação onde ele poderia tomar tal atitude, mas por já existir uma caracteristica de sua personalidade, ele me diz que impossivel tomar tal atitude.. e por ai vai. É fácil saber onde uma historia começa. Mas por onde ela se desenvolve e onde ela culminará, isso é uma grande misterio.
Situações assim me levam a pensar no "O mundo de Sophia", onde ela descobre ser uma personagem dentro de um livro, e mesmo assim tem vontades e sentimentos proprios. Ou no filme "13º andar" de Josef Rusnak, onde o mundo que as personagens acham real, na verdade é uma realidade virtual.
Seremos todos personagens de um autor celeste ou rotinas de programação?
Que são esses códigos verdes movendo-se na minha frente?


isso.

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