24 novembro 2011

Mesa Laica

Ontem participei de uma reunião bem interessante.
Numa mesa estavamos Eu, um judeu, um candomblé e um evangélico.
O mais normal a se pensar é que sujeitos com religiões tão dispares não poderiam chegar a acordo nenhum e estariam vivendo em constante conflito. Nada mais diferente disso.

Esses três homens que conheci são diretores de uma ONG vencedora de prêmios internacionais, fazem um trabalho que atinge positivamente milhares de pessoas e convivem em bom humor e harmonia.

São esse momentos da vida que me alegram e me fazem pensar que um dia, em lugar de sermos Brancos, Pretos, Indios, Asiaticos, Judeus, Umbandistas, Catolicos, Islamicos, Protestantes, Gays, Heteros, Indefinidos ou qualquer outra coisa 'diferente', seremos todos Humanos.


isso.

18 novembro 2011

Fui eu

Uma vez quando eu era criança, por volta de uns 8 anos, fui passar um feriado prolongado na casa de algum amigo da família com outro monte de crianças que nem lembro que eram, pois eramos pouco íntimos.

Eramos aos todo uns 6 meninos com idades similares a minha ou mais novos. Acho que todos eram parentes, menos eu.

Nalgum momento em que ficamos sós em casa porque os adultos foram fazer coisas de adultos, alguém quebrou o botão da descarga.

Quando o adulto chegou: "Quem foi que fez isso? Vai todo mundo ficar sem jogar videogame até que o responsável assuma."
Cabe enfatizar que falar para uma criança que ama videogame, que ela não pode jogar e o videogame ficar ali desligado na frente dela é muita crueldade.

No quarto, numa infantil assembleia extraordinária para que o culpado assumisse, eu sugeri que assumiria a culpa do acontecido, pois eu era o único que não levaria uma surra por ter 'feito' aquilo, e com essa artimanha articulei uma posição privilegiada na divisão do videogame. Fui na sala e disse para adulto: "Fui eu, desculpa."
Rolou lição de moral, sobre como sempre a verdade compensava e essas histórias que os adultos gostam de dizer para as crianças mas não aplicam a si mesmos.

E la foram todos felizes jogar o bendito TopGame.

Até que alguém quebrou alguma outra coisa que não lembro o que. 'Quem foi?', ninguém fala nada. E a mesma historia do vai ficar sem jogar videogame até o culpado aparecer.
Ai alguém me diz: "Vai lá e fala que foi você pra gente poder jogar de novo."
"Eu não. Vou ficar assumindo culpa direto das paradas que eu não fiz?"
Fui na sala e contei a verdade para o adulto. Que antes eu tinha assumido a culpa da descarga só para podermos voltar a jogar videogame.

Depois disso sairam do quarto com alguém assumindo a culpa do novo ocorrido. "E a descarga?" perguntou o adulto. "Foi o Danton" "Ele já me disse que não foi ele."
Então alguem assumiu. "Foi você mesmo ou ta falando só pra jogar?" "Fui eu mesmo." "Então você, por não ter assumido antes e deixar alguem levar a culpa, não vai jogar mais. O resto pode jogar."



isso.

16 novembro 2011

Olhos curiosos

Descobri, que mesmo sem escrever nada, olhos liam minha palavras.
Muitas dessas palavras já foram esquecidas faz anos. Lembro que alguma vez li um autor dizer que escrevia para esquecer. Será que é por isso que escrevo?

Mas não esqueço. Escrever me faz lembrar de quem eu sou, faz eu descobrir quem eu não lembrava ser.

As vezes penso que se não tenho nada "genial" para dizer, o melhor é dizer nada.
Ainda bem que mudo de idéia.
Agora penso se não tenho nada para dizer, melhor escrever que nada.


isso.

Poema de hoje.

Tantos poemas escritos para musas
reais ou imaginarias, tantos versos
sacros ou malditos, as vezes ditados
da alma, outras, palavras pensadas.

Um dia, alguém que pensei me amar
amassou meu querer e o jogou fora
e descobri que se dar pode ser foda.
E a escrita já não teve mais lugar.

Outro alguém, um velho poema achou
jogado entre pó e esquecidas rosas.
Ensinou: "Não deixe uma ilusão amorosa
impedir seu coração viver o novo amor."



isso

24 junho 2011

que eu faço?

faz tempo me perguntaram que eu fazia.
Tantas coisas que dá vontade de dizer que faço nada.
Nada?
Sim, nada. Entre todas as coisas que gosto de fazer, a principal delas é nada. Existe uma necessidade de ser algo sempre.
Sou designer. , nem os designers sabem o que é ser designer.
Sou professor. de que? de quem?
Sou produtor, editor, monitor, diretor, espectador, ator, escritor, compositor, coordenador, instigador, investigador, amador entre outros.

se sou Nada, ninguem entende.

isso.