22 setembro 2009

Morte e Vida Dantolina


Faz algum tempo eu morri. Vi como castelos que orgulhosamente construi ruiam, e por raiva das coisas que o destino destruiu, destrui eu mesmo tantas outras. Então morri. Fiquei triste a ponto de não querer sequer escrever e mesmo assim escrevi para que meu fantasma pudesse ao menos ser uma assombração.
Durante algum tempo fiquei pacimorniozamente olhando meu cadaver apodrecer. Até que resolvi abandonar o cemiterio onde jazia para encontrar a fonte da vida em algum lugar. Viajei para mais uma vez começar de novo. Entrei em estado de incubação, na estrada com minha viola, poesias e memorias que precisava esquecer, já que elas me faziam morto.
Hoje, depois da ressureição, sei que aquele Danton realmente morreu, esse que hoje vive é uma Fenix com pelagem totalmente diferente.


isso.

02 setembro 2009

Higienopolis


Faz alguns meses eu escrevi sobre Tainá. Uma menina da gigantesca favela de Higienopolis em São Paulo. Tainá tomou um tiro no peito que levou-lhe a vida, o atirador era um policial militar. Naquele dia os moradores cercaram a moto dos policiais, tiraram-lhe as chaves e por pouco não acontece uma guerra.
A guerra aconteceu ontem, como pode-se ver nas noticias.

A policia matou outra menina. Ana era seu nome.

Eu devo dizer que sou a favor dos protestos de ontem. Onibus queimado, pedra contra policiais e tudo isso. Não que eu seja a favor da violencia, sou totalmente contra. Mas acredito que os oprimidos devem fazer o possivel para ser escutados.

Na França, quando o governo anunciou que entraria em vigor uma nova lei que tiraria varios direitos dos jovens, eles foram a rua, queimaram carros, quebraram tudo, jogaram pedra contra a policia. E que aconteceu? A lei não foi assinada.

Aqui no Brasil se os pobres quebram tudo como "animalesco" recurso para ter suas necessidades atendidas (que não entrem no seu bairro matando, acredito, pode ser considerado necessidade)são chamados de vandalos (concordo que são), favelados e tem que ir todo mundo pra cadeia.

Eu sou a favor da rebeldia contra o que nos oprima. Mas para isso acontecer tem que morrer uma Tainá ou uma Ana?


isso.