30 outubro 2008

Passado, presente e futuro.


Domingo passado aconteceu uma coisa que me marcará para toda a vida. Vivem acontecendo coisas marcantes comigo, mas essa foi muito peculiar.
Eu estava andando direção a minha casa para pegaro violão, já que a chuva dava sinais claros de tregua e com uma viola seria mais fácil fazer amigos. Estava eu caminhando quando vi num ponto de onibus várias pessoas debrussadas sobre um senhor que jazia desmaiado no banco. Repentinamente algo me impulsionou para ir no velho homem. Cheguei lá ninguem sabia o que fazer, pareciam ter medo de tocar no velho todo torto, como se ele fosse um leproso. Sentei no banco coloquei o velho no meu colo e falei pra uma mulher revitar o bolso deles a procura de um celular, um telefone, qualquer coisa. Falei pra um muleque que olhava atonito que procura-se um guarda, qualquer coisa. E me veio na cabeça um e-mail que recebi a anos atrás sobre os sintomas de um derrame e o que fazer quando uma pessoa estiver tendo um. Atitudes simples que podem salvar a vida de um individuo. Olhei a face do velho, branca como cera, labios torcidos, pontas dos dedos roxos... "Alguem tem uma agulha? Um alfinete. Qualquer coisa que fure?" Uma senhora me esticou uma agulha com a qual furei as pontas dos dedos do velho onde o sangue espirou com pressão no inicio mas depois ficou mais ameno, e furei os lobulos das orelhas dele. Enquanto eu fazia isso já havia chegado um policial que já chamara uma ambulancia. Quando ele me perguntou: "Você sabe o que está fazendo?" - "Cara, sei mas eu nunca fiz. Mas sei que pode salvar a vida dele." Não falou mais nada comigo e pediu as pessoas que se afastassem para o senhor poder respirar. Lentamente o velho, ainda sobre meu colo, foi recobrando a cor. "Você é enfermeiro?" - "Não." Quando os paramédicos chegaram, uns dez minutos depois, o velho ainda estava desfalecido, porém tinha mais cor na pele. Pegaram ele e peguntaram que eu tinha feito. Respondi. Como eu sabia daquele procedimento? Tinha lido num e-mail tempos atrás. Perguntaram se eu queria acompanhar o velho, disse que não pois tinha um compromisso (a viola, o parque e os novos amigos).
Naquele dia vi a morte rondar perto de mim. E tive uma sensação que os médicos têm, e que hoje entendo muito melhor, a de salvar uma vida, ou ao menos proporcionar uma qualidade muito melhor no futuro. Tudo não durou mais de vinte minutos, mas foi tão longo e intenso, como se d um filme se tratasse. Se eu não tivesse lido aquele e-mail e prestado atenção não poderia amenizar os efeitos do derrame naquele senhor. Se o Sol não tivesse aparecido e meus dedos não tivessem coçado para tocar as cordas, não teria visto a cena e me apresentado para ser um ator nela.
Tudo. No passado e no presente são alimento para algo no futuro. Por isso é importante ficarmos atentos a TUDO.
O nome do senhor era Dante Biercks, jamais penso esquecer.

isso.

25 outubro 2008

Bala com bala


Canção mais que muito maravilhosa. Interpretada pela gaúcha mais querida do Brasil: Elis Regina (os que achem a gisele, pode ir a...)


Bala com Bala
João Bosco


A sala cala e o jornal prepara quem está na sala

Com pipoca e com bala ¾ e o urubu sai voando

O tempo corre e o suor escorre, vem alguém de porre

Há um corre-corre, e o mocinho chegando, dando.

Eu esqueço sempre nesta hora (linda, loura)

Minha velha fuga em todo impasse;

Eu esqueço sempre nesta hora (linda loura)

Quanto me custa dar a outra face.

O tapa estala no balacobaco e é fala com fala

E é bala com bala e o galã se espalhando, dando.

No rala-rala quando acaba a bala é faca com faca

É rapa com rapa e eu me realizando, bambo.

Quando a luz acende é uma tristeza (trapo, presa),

Minha coragem muda em cansaço.

Toda fita em série que se preza (dizem, reza)

Acaba sempre no melhor pedaço.

Cheguei ao Porto


Bem, cheguei aqui na capital dos Pampas. Minha primeira impressão está sendo boa, vejamos qual será quando o Dezembro chegar e a neve natalina começar a cair sobre minha alma.
Me lembra a decadência chic de Portugal, até o cheiro tem semelhança. De momento vivo num pulgueiro bem no coração da cidade, mas é até divertido se não fosse tão fedido. Se conhecer algum estudante de biologia, levo ele pra fazer trabalho de campo no banheiro do apartamento, certamente encontra alguma nova bacteria desconhecida da humanidade.
tem pouco mais de vinte quatro horas que cheguei, pouco posso falar sobre o lugar. Só que a primeira impressão foi satisfatoria (e a primeira impressão não é a que fica?)



Isso.

23 outubro 2008

Other poem

Aqui vai um poema que escrevi uns dias antes de vir morar em Brasilia.


Dono da montanha.

Se eles mandam nas montanhas
por que não me dão um monte
de palavras que renascidas
se alimentam de horizontes?

Se eles mandam nos castelos
por que não me dão um legado?
Irei lavar-me em outros caminhos
bem mais planos, sem espinhos,
e seguir menos carregado
de nós secos e engasgados.

Se me dessem só um monte
que cabesse apenas uma curva,
a casa branca e telhados amplos
para nos proteger da chuva.

Se eles têm todo o capital
por que não compram o meu corpo
pra servir como um animal
de carga, carregando no dorso
a nação com toda a calma?
Se o pai quer me ver seguro
que proteja a minha alma
escondida aqui nesse sussuro.


isso

Impressões de Brasilia III


Meu tempo aqui foi curto. Nem três meses completos. Mas foi o suficiente para aprender que gostei e não gostei dessa cidade.
A cidade é tão impessoal que fica dificil sentir-se e não sentir-se identificado com ela. Adorei esta cidade, detestei esta. Essa é a sensação que me causou Brasilia, algo ambiguo (perdeu a trema, né?).
Chegando aqui acabei descobrindo uma nova familia, inclusive um pai. Obrigado Henrique por ser uma pessoa tão única e ter um coração tão grande. Um cara que acabou me ensinando que mesmo amando alguem é muito importante lutarmos para ficar estável na vida. E ser serio não significa não ter bom humor, qual a melhor coisa pra relaxar? Um vinho acompanhado de violão, claro.
Adorei da concepção da cidade. A organização das coisas me lembra muito as partes novas das cidades da Europa. A forma de pássaro do plano piloto - o três poderes ficam na calda da ave, na cabeça fica uma rodoviaria velha e decadente-. O lago Paranoá parece um falcão negro que vai engolir o passarinho que é Brasilia. Guará I é desorganizado, Guara II é uma bagunça total. A violência aqui é maior que no Rio, sei que parece absurdo falar isso, já que o Rio é conhecido no Brasil todo por ser violento, mas garanto que aqui é mais violento que no Rio, digam o que quiserem. Hoje de manhã eu e Henrique apreciamos som de tiros na rua: "Foi tiro não foi?" - "Foi" (ex-morador de favela sempre vai saber quando foi tiro.)
O governo do DF é quem indica os prefeitos das cidades. Não existe eleição para as cidades, uma máfia só. Um anel para controlar todos.
As cigarras? inesquecivel.
Aqui tem um monte de árvores frutiferas nas ruas. Pode-se comer manga, jamelão, amora, goiaba. Devia ter bananas, já que é a fruta nacional por exelênci, mas não têm. As pobres esturicariam com a securo desse lugar.
E como é seco. Nariz sangra, pele de camelo. E saiba que teu sapato vai ficar vermelho. Oh cidade pra ter barro.
Almocei num ministerio. Não fui visitar a inercia do congresso, mas assisti Mozart ao ar livre e com ele ao fundo. Uma cena realmente maravilhosa. O eixo monumental e a explanada dos ministerios é algo realmente interessante de se ver. Passar pela ponto JK. As festas em barcos no lago. O pontão. A catedral, o museu da republica, o teatro nacional são obras arquitetonicas únicas.
Minha experiencia aqui foi maravilhosa. E com certeza em algum momento voltarei, mesmo que seja apenas para mostrar ao meu filho.
É uma cidade para se conhecer, não pra viver. Linda e horrivel ao mesmo tempo. Pode não ser a capital que o país precisa, mas é a capital que o país merece.
Não morra sem conhecer Brasilia, é o que posso dizer.

Isso.

22 outubro 2008

Numa República


Aqui em Brasilia (agora começou mesmo a contagem regressiva, sexta-feira 12:45 eu viajo) eu vivi numa república de estudantes.
Foi uma experiência bastante divertida. Eramos onze homens entre 18 e 33 anos dividindo casa, sonhos, esforço e muito bom humor. Não repetia-se nenhum estado, cada um era de um lugar diferente do país, a república da Socorro (nome da dona) foi minha Brasilia doméstica e lá com orgulho eu representei o Rio de Janeiro. Minha principal aportação fluminense foi introduzir um violão na casa, e promover várias serestas que eram acompanhadas com alegria por muitos que abandonavam momentaneamente os livros pra cantar com o grupo.
Um dos fatores que aconteciam era que perdiamos os nossos nomes e eramos sempre chamados por nossa origem. Eu desde um principio fui Carioca, inclusive quando alguem ligava pra mim e diziam pra falar com o Danton ficavam em dúvida de quem era.
Todos estudantes da UNB ou para algum tipo de concurso. Brasilia é a capital do Concurso público.
O paulista vai ser delegado. O gaúcho vai ser diplomata. O baiano vai ser enfermeiro. O paraiba vai ser nutricionista (nesse curso o mérito pra entrar não é acadêmico, senão estético, hehe). O cearense vai ser médico. O amazonino (sei que não é assim, mas assim o chamavamos) vai ser biólogo. O paraense vai ser zootecnologo (jamais vi alguem gostar tanto de cobras) O goiano vai ser o concurso que conseguir passar. O carioca é um aventureiro que ainda não sabe o que vai ser mas quer ser e é muitas coisas.

Isso.

21 outubro 2008

Coração seco

estou hiper feliz e satisfeito com uma canção que acabei de criar... não tenho como colocar a música aqui, vai a letra:


CORAÇÃO SECO

Vencedores são que decidem o que contar
no impresso futuro da memoria
almas vencidas não podem sequer aspirar
ser um fruto na árvore da historia.

Numa batalha foi definido a quem perguntar
sobre um passado que não sabemos.
com que capital vamos poder contratar
quem nos guie onde desconhecemos

o coração do país é seco
caminho oferecido é um beco
igualdade nessa nação foi dar um rolé
não tem pão nem tem razão sendo mais um zé

a força que move o país é o nêgo
preto ou branco é mais um sujeito
pra aliementar a prole o Zé perdeu a razão
tomou porrada, foi pra cadeia por roubar um grão.

Pra chegar ao meu destino que rua entrar?
onde encontro um mapa do caminho?
vou batendo minha cabeça até aceitar
que o mapa desenho eu sozinho.

espero que o meu filho possa um dia ver
o mundo pensando diferente
onde é mais importante o ser não o ter
e paz dominando nossa mente.

19 outubro 2008

Poema

Quero

Quero a flor de teu seio queimado

A saliva de sal de tua boca selvagem

Teu hálito suave na minha orelha

E teu ventre moreno todo suado.

Quero a flor de teu segredo inocente

A força das tuas bravas pernas-miragem

Teus dentes tímidos na minha veia

E tua fruta arisca ardendo de quente.

Não ficas. Mas me matas.

Não falas. Mas me acaricias.

Não gemes. Mas me sentes.

Quero a flor do teu beijo medroso

A paixão das tuas unhas afiadas

Teu coração latindo no meu peito

E nossos corpos num amor gostoso.

Um novo destino


Eu já deveria estar acostumado com isso, afinal já viví a sensação de mudar o lugar onde vivo tantas vezes. Mesmo assim estou bastante inseguro com essa nova mudança que se aproxima, já que essa, diferente de todas as outras que passei, é para um lugar onde estarei realmente "by myself".
Um novo horizonte que contemplo. Estar numa empreitada especificamente por motivos financeiros.
Sempre fui uma pessoa que primou a evolução psico-espiritual antes da material. Mas creio que já alcancei um nível de amadurecimento (hahaha, isso é o que gosto de acreditar) suficiente para deixar de ser um duro. Esse meu passo nômade logo quando eu já formulara a idéia de ser mais estável me dá um pouco de medo, como jamais tive antes. Pois sei que nesse momento estou deixando no congelador algo/alguém que jamais tive antes... e esse é o principal motivo da minha tremedeira de pernas antes de embarcar nesse navio.
Uma coisa é certa. Tudo que tem que ser será, e se essa relação precisa ficar um tempo de molho para que eu possa tirar de mim as manchas de uma conduta que me levou a essa instabilidade, e assim poder viver mais comodamente meu "estável" futuro, que assim seja.
O fato é que Porto Alegre está batendo a minha porta e eu aqui precisando de uma fralda por ter medo de algo que estou cabeludo de saber.

Isso.

17 outubro 2008

Impressões de Brasilia II


Muitas coisas podem ser ditas sobre Brasilia, mas a única que não pode ser é de que essa cidade é um retrato de nossa nação.
Uma das caracteristicas não só das cidades Brasileiras, como a esmagadora maioria das cidades no mundo todo é que a cidades crescem de uma forma organica. Brasilia desde o primeiro momento foi pensada e repensada e de orgânica não tem nada. Tudo aqui funciona por setores. Setor pra morar, pra comercio, pra igreja, escolas... não foi dado a cidade a oportunidade de crescer segundo suas necessidades, de uma forma orgânica. Por esse mesmo motivo, tudo aqui é distante de tudo e se você não tem um veiculo proprio, esqueça, pois chegar nos lugares pode ser uma autêntica odisséia.

Representa o Brasil?? HA... se a grande maioria da população é pobre, essa não é uma cidade pra quem é pobre. Como já disse, se você não tem carro, esqueça. O metrô nos fim de semana por exemplo só funciona até as sete da noite, só mesmo pra massa operaria.
Esta cidade foi feita pra quem tem dinheiro. Tudo aqui é caro. Viver é caro. Comer é caro. Diversão é cara. Caso você não preencha o requisito "sou funcionario público e ganho bem" estás bem fudido. Vai ter que se contentar com escutar o canto das cigarras. Que até meia noite cantam (digo isso pois agora mesmo estou escutando uma cantar enquanto escrevo)

Se tem algo que posso dizer de Brasilia é que ela não representa o que o Brasil é. Mas algo ela tem que pode se encontrar em demasia no Brasil: Malandragem. Aqui tem um contingente de malandros que faz do Rio de Janeiro um jardim de infância.

Viva a Capital.

15 outubro 2008

Impressões de Brasilia I


Meu tempo nessa cidade não é muito, acho que sequer chegou a três meses, mas vendo pelo lado frenético que funcionam as coisas hoje em dia, creio que nesse tempo já pode-se ter alguma impressão mais profunda que a tida numa visita de fim de semana.
Se há uma coisa que sempre lembrarei de Brasilia é: como cantam as cigarras por essas terras. Na tarde podemos escutar por todos os lugares a sinfonia metalica. Onde haja meia duzia de árvores juntas no DF, lá estarão elas zuniando até a auto-explosão. Eu em particular gosto do canto delas, me soa divertido, mas fico imaginando se elas ficam quatro anos embaixo da terra como larva até sairem já adultas e em apenas um dia cantar até a morte... o sub-solo de Brasilia deve ser um sem fim de larvas de cigarras. Pela quantidade de cantantes que escutamos diariamente...
Isso faz com que eu lembre do conto da Cigarra e a Formiga. Pois aqui em Brasilia também existe muitas formigas, mas elas estão escondidas no chão.
Uma analogia aos trabalhadores que ninguem vê e as cigarras (funcionarios da maquina felizes da vida) cantando por todos os lados.


Logo posto outra impressão de Brasilia.

13 outubro 2008

Outro Poema

Segundo eterno.

Apenas um segundo é preciso. Só um.

Nesse segundo necessário podemos

Ver tantas coisas serem criadas. Num

Ínfimo segundo temos a ejaculação

Que vai mandar a semente ao óvulo.

No segundo que parece tão sem valor

Nos apaixonamos pela garota da esquina.

Menos que isso separa o vencedor do

Que perde todo seu dinheiro nos cavalos.

Num segundo que passa mais veliz que

O verso mal rimado de um poeta surdo,

Podemos decidir entre um sim ou não,

Sobre qualquer assunto, mesmo absurdo.

Um segundo é o tempo suficiente para

Uma vida de milhões de horas vazar

Pelo ralo sujo. O tempo que separa

Respirar ou estar no descanso eterno.

Pode ser o tempo que Deus nos concede

Para decidir entre céu ou inferno.

É o tempo que quem é esperado lhe pede

Para não perder algum outro segundo.

É muito mais do que falta para

Ter a carne dilacerada por um ferro.

Mas um segundo a espera de quem se ama

Transforma-se num cruel segundo eterno.

De onde sou?




Eu nasci no Rio de Janeiro. Bem no miolo do Rio, lá na praça quinze. Do lado do principal porto que o Brasil já teve durante vários secúlos, hoje apenas um monumento que serve para fazer sombra para os mendigos.
Mais carioca que isso impossível.
Segundo meus pais fui concebido em Copacabana, a cidade (sim, cidade. quem diz que copacabana é bairro é porque não a conhece realmente) brasileira mais famosa no mundo todo.
Onde vivi? Ai a coisa complica.
Nova Iguaçu, Copacabana, Niteroi, São Gonçalo, Irajá, Onório Gurgel (pior lugar da minha vida), O Porto, Madrid, Vidigal, Brasilia... Omiti alguma coisa, não deu pra lembrar todos lugares, casas, colégios, etc.
Os lugares que já conheci? Ai então que eu não lembro mesmo. Faria uma lista enorme e tediosa aqui... foram bastantes. Mas nem uma mínima parte do que ainda vou conhecer. Em outra vida devo ter sido um mercador, marinheiro, fugitivo... qualquer personagem que viajava e conhecia muitos lugares e pessoas. Esse é meu destino e não penso fugir dele.
Por isso quando perguntam de onde sou minha cabeça fica em dúvida, apesar de eu sempre responder que sou de Nova Iguaçu - é o lugar onde me sinto mais em casa, apesar de me sentir muito em casa em outros lugares também - . Sou do mundo. Pois não importa o lugar que eu esteja, sempre sou um estranho lá e sempre me sinto bem. Ilógico, não? É, essa é umas das minhas principais caracteristicas: Não ser lógico (segundo a lógica vigente)
Semana que vem estou indo morar em outra cidade. Porto Alegre. Já fui lá muitos anos atrás, mas não lembro nem de uma rua sequer.
Vai ser meu ultimo destino? Ha, ha, ha. Penso ficar lá o tempo que tiver de ser.
Quem diz que eu não crio raízes não sabe de nada. Eu crio sim. Mas sempre vou plantar mudas minhas em outros lugares.

Isso.

Paciência



Ao colocar uma semente na terra, a tendência é que ela nasça e cresça. mas esse processo é influenciado por muitos fatores: a estação do ano, fertilidade da terra, carinho das gotas que molham esse solo... mas ante tudo, o processo de crescimento requer paciência, que a natureza tem de sobra.
Vivemos em uma época em que tudo corre de uma forma vertiginosamente veloz. Vive-se em um mês o que décadas atrás tardava-se anos, com toda essa necessidade e enxurrada de informações. Para ter uma ideia, antes os bebês nasciam com os olhos fechados, hoje nascem olhando com ansiedade de informação, pois não há tempo a perder.
Ficamos mal acostumados com isso?
Mal acostumei a mim mesmo, ou simplesmente segui a tendência de uma geração. Agora tenho que aprender a ter paciência, plantar a semente e não querer acelerar a movimento das estações. Se o solo é fértil, de que adianta eu querer que a terra gire mais rápido? Que o tempo corra a seu tempo até que o fruto adoce meus lábios.
Estava mal acostumado a ter o que queria rapidamente nas mãos. Hoje para ter o que mais quero, antes devo querer a paciência para que ela me presenteie com o sonho do meu coração.
Serei como a árvore que nasce e cresce esperando pacientemente o primeiro fruto nascer.

Isso.
Faz quase sete anos eu decidi ser escritor.
Tenho o sido desde então, mas fui sempre um escritor - como a expressão de um amigo lá de Nova Iguaçu -, escritor de gaveta. Escrevendo e levando a serio o que escrevia mas deixando para a apreciação das analfabetas traças e antipoeticos cupins.
Quero ser diferente agora. Creio que amadureci ao ponto de ser mais serio e insistente na minha escrita. Talvez melhor expressado seria dizer, mais continuado...
Um blog onde eu post para... (quem?) pode ser um bom motivo. Um diário on-line onde retrato-me dentro de uma estética que é criada a cada nova postagem, segundo a anima que me governe no dia.
Isso.

POEMA


Tem um poema que eu sempre apresento primeiro... ai vai:










Triunfo da perda e o lamento dos que ganham

Gostaria muito de contar
apenas ainda não sei a quem
todas as minha mágoas,
minhas inventadas e fingidas lágrimas.

Gostaria tanto já ter aprendido
fazer desses sentimentos sonetos
montando tudo em versos perfeitos
ou encaixando em rimas sem jeito

Pegar essa ideia do sentimento.
transmutar-la em magras frases
ou longos textos. Apanhar e
bater nas palavras que arranham
viver o triunfo da perda e
o lamento dos que ganham.
Espalhar verbos por todas partes
deixando assim meu trabalho feito.

Gostaria de engolir menos verbos
verdugos nessa hora de silêncio
seja um tambor de rosas azuis ou
um leito egoista coberto de espinhos.

Gostaria de igualar a balança,
só que pesando pro meu lado,
para achar um amor que machuque
ou o desafinar em um torto verso.

Primeirão

Decidi então criar um blog só pra mim, pra falar das minhas coisas, a que pé vão meus projetos pessoais e profissionais e bla bla blais em geral.
Primeiro post pra falar sobre nada. Se amanhã eu estiver vivo (com certeza estarei) escrevo mais um pouco. 
Agora vou brincar de enfeitar meu Blogg.
isso.