10 dezembro 2009

Voltarei

Tenho que reconhecer que estou absurdamente preguiçoso quando se refere a escrever aqui no meu Blog.
Olho alguns meses atrás quando postei um grande número de pensamentos, e criei (sem o menor receio de parecer pouco humilde) textos maravilhosos. E depois uma grande seca de palavras. Não que elas tenham deixado de existir, é mais o fato de eu deixar de expressa-las. Já que estão acontecendo comigo milhares de coisas que deveriam, ou não, serem contadas aqui. Eu que estou mal disciplinado em sentar, escrever e passar tudo pra cá.

Serei mais responsavel com a minha escrita, com as minhas postagens. Nesse mês de Dezembro eu ainda coloco um texto como retrospectiva do ano de 2009. Que não foi totalmente bom, porém foi o mais renovador de todos os que já tive até agora.
Mas isso é assunto para outra postagem.


isso.

11 novembro 2009

A casa iluminada


A casa iluminada.


Ontem houve um grande apagão que afetou mais de dez estados brasileiros, entre eles o que vivo agora, Rio de Janeiro.

Mas devo explicar tudo dentro do contexto que foi minha noite.

Cheguei à casa depois de mais um dia laboral. Alimentei minhas gatas, tomei um banho gelado, coloquei minha camisa branca de São Jorge e fui para Lan House me dedicar as minhas internetices.
Assim que entrei na Lan me assustei, como dentro da loja tem uma luz negra, eu parecia um abajur de São Jorge.

"Eita, tô brilhando!" foi o único que consegui dizer quando todos olharam como se eu fosse uma lua cheia.

Sentei e assim que loguei apagou-se tudo. "É, vou pra casa ler um livro."
No completamente escuro caminho, já que mesmo se o céu estivesse limpo a Lua estava minguante, eu pensava no que seria da humanidade se de repente toda luz eletrica deixasse de existir e que provavelmente as almas humanas voltariam-se para sentimentos sombríos. Tinha que caminhar com cuidado, já que a escuridão só era interrompida pelos farois de alguns carros.

Quando cheguei em frente da minha casa tomei um susto. Tinha luz. Uma tenue luz brilhava na lampada da minha varanda.
"Será que houve um curto na minha casa e eu tirei a luz do bairro todo?" foi meu primeiro pensamento.
Fiquei com receio de entrar, mas entrei. A casa fazia um som de energia eletrica. Desliguei os aparelhos da tomada. Fui ao muro perguntar para minha vizinha se havia luz fraca na casa dela. "Não" foi a resposta. Subi ao meu terraço e olhei para todas as casas em volta. Só eu tinha luz, tudo no mais completo breu.

Escolhi tomar esse acontecimento como uma analogia a um futuro imaginario, onde o mundo cairá em trevas enquanto eu terei luz, mesmo que fraca.



isso.

08 outubro 2009

Y yo soy negro?


Nesses ultimos meses compus varias canções com minha grande amiga.
Aqui vai uma delas.


Y yo soy negro?

Eu podia ser preto
Ou podia ser branco.
Eu podia ser indio
Podia até ser santo, mas não.

Eu nasci nêgo, nêgo.
Eu eu sou nêgo, nêgo. 2x

Me deixassem pensar, eu falaria.
Se eu pudesse falar, te juro, eu pensaria melhor.
Eu pensaria melhor, eu pensaria melhor, eu pensaria melhor
eu pensaria.

Mas nasci nêgo, nêgo.
E eu sou nêgo, nêgo. 2x

Eu tenho fé, mas não vou na igreja.
Eu rezo amém e que Deus me proteja.
Alah ou qualquer Pai que seja,
venha me olhar, eu só quero que alguem me veja
me enxergue e perceba porque...

eu nasci nêgo, nêgo.
e eu sou nêgo, nêgo. 2x

Não posso ser chamado de branco.
não posso ser chamado de preto.
não posso ser chamado de indio.
que me chamem brasileiro.
não quero ser chamado de preto
nem quero ser chamado de branco
não quero ser chamado de indio
yo soy Sudamericano

yo naci negro, negro.
y yo soy negro, negro. 2x

Pensar que é a cor o que te condena
não, não dá. Que nesse mundo qualquer cor se pena
se alma é pequena e se você...

Nasceu nêgo, nêgo.
E eu sou nêgo, nêgo.
Eu nasci nêgo, nêgo.
E eu sou nêgo, nêgo.


isso.

Tainá Vive


Faz uns meses eu postei sobre uma menina da favela de Higienópolis em São Paulo, que foi alvejada no peito. Na época a noticia que li dizia que ela havia falecido. Faz uns dias eu descobri que a noticia estava errada e na verdade Tainá vive.
Não a conheço e é bem provavel que jamais venha a conhece-la, mas fiquei feliz e eufórico ao saber que seguia viva, que não era apenas mais uma número nas violentas estatisticas da maior cidade do país.
A "morte" da Tainá que eu não conheço, alguns meses atrás, foi paralera ao lento assassinato de uma Thainá que por viver me matava, e que para minha sobrevivência, tive que matar dentro de mim.
Não creio que essa ressureição da Tainá seja uma analogia para a Thainá que matei. Mesmo porque eu já não sou o mesmo que precisou ser um homicida, e ela hoje vive outra vida na qual para ela também sou um falecido.

Mas isso tudo me fez pensar uma coisa. Um peito, mesmo depois de dilacerado e dado como morto, pode voltar a bater.


isso.

22 setembro 2009

Morte e Vida Dantolina


Faz algum tempo eu morri. Vi como castelos que orgulhosamente construi ruiam, e por raiva das coisas que o destino destruiu, destrui eu mesmo tantas outras. Então morri. Fiquei triste a ponto de não querer sequer escrever e mesmo assim escrevi para que meu fantasma pudesse ao menos ser uma assombração.
Durante algum tempo fiquei pacimorniozamente olhando meu cadaver apodrecer. Até que resolvi abandonar o cemiterio onde jazia para encontrar a fonte da vida em algum lugar. Viajei para mais uma vez começar de novo. Entrei em estado de incubação, na estrada com minha viola, poesias e memorias que precisava esquecer, já que elas me faziam morto.
Hoje, depois da ressureição, sei que aquele Danton realmente morreu, esse que hoje vive é uma Fenix com pelagem totalmente diferente.


isso.

02 setembro 2009

Higienopolis


Faz alguns meses eu escrevi sobre Tainá. Uma menina da gigantesca favela de Higienopolis em São Paulo. Tainá tomou um tiro no peito que levou-lhe a vida, o atirador era um policial militar. Naquele dia os moradores cercaram a moto dos policiais, tiraram-lhe as chaves e por pouco não acontece uma guerra.
A guerra aconteceu ontem, como pode-se ver nas noticias.

A policia matou outra menina. Ana era seu nome.

Eu devo dizer que sou a favor dos protestos de ontem. Onibus queimado, pedra contra policiais e tudo isso. Não que eu seja a favor da violencia, sou totalmente contra. Mas acredito que os oprimidos devem fazer o possivel para ser escutados.

Na França, quando o governo anunciou que entraria em vigor uma nova lei que tiraria varios direitos dos jovens, eles foram a rua, queimaram carros, quebraram tudo, jogaram pedra contra a policia. E que aconteceu? A lei não foi assinada.

Aqui no Brasil se os pobres quebram tudo como "animalesco" recurso para ter suas necessidades atendidas (que não entrem no seu bairro matando, acredito, pode ser considerado necessidade)são chamados de vandalos (concordo que são), favelados e tem que ir todo mundo pra cadeia.

Eu sou a favor da rebeldia contra o que nos oprima. Mas para isso acontecer tem que morrer uma Tainá ou uma Ana?


isso.

22 agosto 2009

0,000(120zerosaqui)00001%


Assistia ao documentário "What we don´t know" que fala sobre novos rumos da ciência.

Como todos sabem desde o final da idade média que ciência e a religião se divorciaram litigiosamente aqui no ocidente. Durante esses séculos que passaram, cada um ficou na sua, sempre atacando-se mutuamente.
Para os ateus a ciência é a religião. E é bom que eles comecem a procurar outra, já que a ciência está flertando cada vez mais com a existencia de Deus.

O homem já é capaz de entender ao detalhe o funcionamento da vida, só não resolveu uma questão dessa equação, o porque dela existir. Essa força primordial que é a mesma dentro de uma planta ou ser humano, essa força invisivel e plural chamada Vida ainda é um misterio. Cientistas podem cria-la num laboratorio e ainda assim não conseguem explicar seu porque.

Os novos estudos da Fisica oferecem quase sempre o mesmo resultado. De que há um arquiteto para tudo isso. Que não somos mera evolução baseada num acidente e sim um experimento acompanhado e aprimorado ao longo dos milhares de anos. E que a raça humana pode sim ser uma raça escolhida.

Alegações.
Se qualquer uma das leis da física que regem esse universo fosse alterada 0,000(120zerosaqui)00001% a vida não seria possível. Mau poderiam formar estrelas. Os físicos afirmam que uma calibragem tão perfeita só pode ser obra de um processo de aprimoramento de uma inteligencia que não podemos imaginar.

A perfeita organização do nosso sistema solar para que na Terra exista vida. Diz-se que a vida aqui só é possivel porque os outros planetas nos "ajudam". Venûs nos mantem numa distancia prudente do Sol, Jupiter engole os asteroidos que esfarelariam a Terra, uma lua (que ninguem descobriu ainda como realmente se formou) que nos dá um eixo constante possibilitando estações, etc, etc.
Talvez essa formação do nosso sistema solar seja totalmente proposital e não obra de um caprichoso acaso.

Porque de entre tantas especies que existem no planeta. Apenas o Homo Sapiens foi capaz de articular um sistema de comunicação tão complexo?
Eu adoro pensar na ideia de um simio primitivo ao que lhe ensinam caminhar sobre duas patas. Nossos avós primitivos que aprenderam agricultura, astronomia, arte e religião dos "anjos caídos".


Eu vejo um futuro onde ciência e religião se unirão e a fé será impulso, e não entrave, para grandes descobertas cientificas.

isso.

14 agosto 2009

Tempo veloz

nem pra perceber que já passou metade de um mês.
O dantonico aqui abandonado.
Estive navegando pelo mundo. Lembro que li em algum lugar que viajar também é uma forma de solidão. fui mais uma vez ser solitario pela estrada afora. Sempre que me decepiciono viajo para esquecer, deixar a memoria limpa para poder construir-me de novo e de novo, como uma Fenix de lembranças.
A velocidade das paisagens passando pela janela do onibus ajudam a deixar atrás sonhos e enganos. E brindam novos horizontes e alvoradas.

Gostaria de imprimir aqui algum verso. Mas ando em prosa ultimamente. Não sei fazer versos que não sejam eu.
Creio que vou trabalhar numa canção. Quem sabe não sai algo até o fim da tarde.


isso.

28 julho 2009

Ladrão de Livros


Meu amor pela literatura começou quando eu estava na primeira serie (que hoje chamam segundo ano). Na biblioteca do colegio onde eu estudava haviam livros da coleção Vaga-Lume, acredito que quase todo mundo conheça, e o primeiro deles que eu li foi "O misterio da ilha" ou "Ilha perdida", não lembro o nome exato.

Então descobri que podia pegar os livros emprestados para ler em casa. E quando fui todo feliz com um livro na mão a bibliotecaria me diz:
"Você não pode levar esse livro. Não é da tua serie."
"Mas eu gosto das historias desses livros."
"Não é da sua serie. É pro ginasio. Os do primario estão naquela estante ali."
"Mas eu não gosto."
"Não tem que gostar de nada. Coloca esse livro onde você achou. Se quiser pega da estante que eu te disse. e rapido que já está na hora de fechar."

Eu tenho uma caracteristica que ja me ajudou e prejudicou muitas vezes. Não tenho respeito nenhum pela autoridade, seja ela qual for. Quando fui colocar o livro de volta na estante, olhei pra velha opressora, ela não me dava atenção. E vapt, livro pra debaixo da camisa. Ali eu me tornei um ladrão de livros.
Cheguei a roubar mais alguns livros naquela escola, até que um dia a bibliotecaria me pegou e alê, coordenação.

"Você tentou roubar o livro da biblioteca Danton?"
"Ela não deixa eu ler os livros que eu gosto."
"Mas esses livros não são pra sua idade. Você tem que ler os livros que a gente manda. E nada justifica você roubar. A partir de hoje você está proibido de entrar na biblioteca do colegio."

Será que foi a proibição que me fez tomar gosto?

Isso me lembra outra historia que fez com que meu responsavel viesse a escola para resolver.
Uma vez a professor fez a seguinte pergunta: "Quando está chuvendo. O sol está no céu?" Minha resposta foi "Sim"... Mas a professora acreditava o contrario. Ela teimava que Não e eu dizia que Sim. "Você vê o Sol quando está chuvendo?" - "Não. Mas eu sei que ele tá lá." - "Quem é a professora aqui?" - "Você, mas você é burra. Tinha que voltar pra escola pra aprender." Nem preciso dizer o que isso causou numa sala de CA (atual primeio ano).


isso.

25 julho 2009

Poemas do Baú V


Essa é a letra de uma antiga canção que ficou guardada no Baú.


Meias verdades


Estava eu de novo nessa de te encontrar
Numa curva ou reta, ou onde fosses medar
O teu carinho ou teu desabafo
O teu desejo ou teu esculacho
Tua voz pedindo pra eu ficar embaixo
Abaixo, bem baixo, mais baixo
Do que quisesses ditar.

Me flagrei pensando em quem sabe voltar
Perdido nos medos de chegar e achar
Porta fechada ou a luz acessa
Tua segurança ou tua incerteza.
O teu ataque ou tua defesa
Princesa, vadia, mundana ou deusa
(onde é que fui me enfiar)

e foi buscando noutras meias verdades
que mergulhei na minha escrota vaidade
que desenhava magoas no meu disfarce
deixando amargo teu laranja de tarde

e foi buscando noutras meias verdades
me convenci a fazer um pacto comigo
correndo riscos, abraçando o perigo
quem sabe noutra no dia que acabe
eu possa ser teu amigo.


isso.

Poemas do Baú IV


Meu amigo escolheu esse por ser "pornografico".


VOU TE ROUBAR

Vou te presentear minha religião
Dividir como irmãos, meu pecado
Dentro da tua boca, colado
Com teu salgado e gélido coração.

Dar meu suor e minha loucura
Ao centro de teu singular ventre
Moreno e assim eternizar-lo
Com minha língua tão afiada.

Roubarei o mel dos teus olhos
Ganharei teu diamante pequeno
Engolirei a saliva de tuas pernas
Tua entre-pernas pelada.
Uma concha peluda e macia.
Um véu preso aos lábios.

Vou me presentear teu sexo
Dividir como amantes, nosso pecado
Dentro de bocas, molhadas e coladas
No fogo de uma fugaz paixão.


isso.

Poemas do Baú III


esse foi escrito depois de uma discussão com um amigo. Ele queria me convencer da teoria dele, eu queria que cada um acreditasse no que quisesse e curtir a festa em paz.


Raro

Tentarão de tudo para te convencer,
Usando argumentos bem mirabolantes,
Trava-linguas fielmente encaixados
E quando tentes dar teu passo adiante
Descobre o teu mundo acabado e
O teu passado à por se esquecer

Por isso não te vendas, nem caro.
Pois um dia Um disse bem alto
E quando fala é só dentro de você.
Ninguém pode chegar bravo ditando
O que tem que ser a ordem do teu ser.
Igual que todos, somos Um, e raro.



isso.

Poemas do Baú II


Esse é um bem antigo. Engraçado como os poemas são atemporais. Ele poderia ser o que sinto hoje, como o que sentirei daqui a vinte anos.


Tua


Teu nome é apenas um nome
Entre tantos ventos que cantam,
Imagens que se apagam, e sonhos
Sumindo tão rápido como começam.

Tua voz é mais uma tom
Disfarçado entre muitos gritos,
Fumaça de tabaco e lágrimas
Secas caindo num fundo rio.

Teu beijo foi só um beijo?
Aquele abraço um toque de peitos?
Nossos sorrisos falsas verdades?

Teu nome como qualquer nome
Que um poeta faz de canção
Soa varias vezes na minha mente
Antiga, infantil e quase inocente.

Tua cor, já semi desbotada
Pela água de chuva e ausência
Do teu corpo colado ao meu
É uma lembrança que aprendi.


isso.

Poemas do Baú I


Um amigo meu disse que eu deveria postar alguns poemas antigos. Que dificil, pois são tantos e nunca sei qual escolher. "Escolhe 5 pra mim. O que não estiver postado, eu coloco." eu disse

Esse primeiro foi o último poema que fiz no ano de 2006. O escrevi após ser quase atropelado.


Segundo eterno.

Apenas um segundo é preciso. Só um.
Nesse segundo necessário podemos
Ver tantas coisas serem criadas. Num
Ínfimo segundo temos a ejaculação
Que vai mandar a semente ao óvulo.

No segundo que parece tão sem valor
Nos apaixonamos pela garota da esquina.
Menos que isso separa o vencedor do
Que perde todo seu dinheiro nos cavalos.

Num segundo que passa mais veloz que
O verso mal rimado de um poeta surdo,
Podemos decidir entre um sim ou não,
Sobre qualquer assunto, mesmo absurdo.

Um segundo é o tempo suficiente para
Uma vida de milhões de horas vazar
Pelo ralo sujo. O tempo que separa
Respirar ou estar no descanso eterno.

Pode ser o tempo que Deus nos concede
Para decidir entre céu ou inferno.
É o tempo que quem é esperado lhe pede
Para não perder algum outro segundo.
É muito mais do que faz falta para
Ter a carne dilacerada por um ferro.
Mas um segundo a espera de quem se ama
Transforma-se num cruel segundo eterno.


isso.

22 julho 2009

Parte


faz uns dias escrevi um poema de certa forma inspirado no maravilhoso poema "Metade" de Oswaldo Montenegro. (Eu acho que esse poema é do Pedro Bandeira, mas na net diz que é do Oswaldo)


Parte

Uma parte de mim é furia
e a outra é pura poesia.
Há a parte em mim que chora,
Outra que dança de alegria,
pois já não sou escravo
de um talvez, sequer vítima
de um amor mal interpretado.

Há a parte de mim que entende
e outra que é muito ignorante.
Uma parte que vive lembranças
enquanto a outra vai adiante,
já que não se pode conduzir
olhando atrás ou fechando olhos
ao caminho que devemos seguir.

Uma parte de mim é comédia
e a outra é "Romeu e Julieta".
Como tem a parte que sabe tudo
enquanto outra nada em incerteza.
Que Deus salve essa ambiguidade
Porque parte de mim é Amor
e é também Amor a outra parte.



isso.

Mohamed


Outro dia estava usando o Skype e de repente pipocou alguem falando "Hello"
Eu como não posso resistir a uma provocação de conversa , e consigo me comunicar em inglês, respondi.
Conheci Mohamed Omara.
Ele vive no Egito, é engenheiro civil, casado, dois filhos, gosta de futebol e cismou que eu tenho que aprender árabe e ensinar-lhe portugues. Para que eu necessito falar árabe?

Mas o que mais me impressionou no Mohamed é o fato de ele dedicar 5 minutos cinco vezes ao dia para orar. E todo muçulmano no mundo inteiro faz isso. Na nossa primeira conversa houve um momento que ele disse: "Give me ten minutes to pray. I´ll be back and we talk more. ok? Do you want that I pray for you too?" Achei tão bonito aquilo.

Os "cristãos" não conseguem entender esse "fanatismo" deles. E eles não conseguem entender a pouca fé dos "cristãos". Eu não consigo entender como as pessoas podem guerrear por causa de algo tão sublime quanto a fé.

E afinal. O que são 25 minutos num dia que tem 1440?


isso.

Novo no Velho II

Descobri uma coisa bem antiga que gostei muito.
Desenhos da década de 1930 da Betty Boop.
Como todo mundo, eu sempre conheci a imagem da Betty, mas nunca tinha visto uma animação sua.
Achei ótimas.
Historias que apesar de surreais são cheias de profundidade e crítica ao modo de vida americano.
E com certeza não são para crianças.
Adoro quando o Velho se faz novo.

ah, descobri também que os primeiros desenhos do Mickey imitavam Betty Boop.

isso.

Negro sobre branco


Faz uns três meses eu estava escrevendo uma historia que contava como um cara sequestra uma cantora e coloca ela dentro de uma gaiola. Era um plano que ele tinha para que as pessoas soubessem do talento dela. No desenvolver da historia, a prisioneira acaba comprando e gostando da absurda ideia, até mais do que ele.
Eu estava muito feliz de desenvolver aquela historia. Os dialogos e situações estavam fluindo maravilhosamente (é incrivel esse negocio de vida propria que a literatura tem), já tinha escrito 4 poesias que seriam as canções... até que o pc deu pau. e eu não tinha back-up desse material (junto com alguns outros de menor importancia)
Fiquei numa seria depressão literaria até semana passada. Não tinha como reescrever o que foi escrito, e por raiva não voltarei a trabalhar nessa historia. Nesse tempo até nasceu algumas canções e poemas, mais por causa da boa musa que eu tinha do que do meu empenho.

Um tabefe da providencia me deu a inspiração necessaria para voltar a escrever e comecei a trabalhar serio numa historia que vem rondando minha cabeça faz quase um ano. Mas sobre essa historia eu não posso falar.


isso.

16 julho 2009

Jorge E. Adoum


Minhas historias com os livros de Adoum são bem curiosas.

"Adonai" eu achei na casa de um grande amigo, esquecido numa segunda fileira na parte de baixo de uma estante fechada e num lugar onde tinha pouca luz. Olhando entre os livros vi o titulo sobre vermelho. Peguei ele. Só tive sossego quando li inteiro. Maravilhoso.
"Livro sem título de um Autor sem nome" eu encontrei no meio de centenas, eram realmente centenas, de livros que faziam parte do cenario de uma peça teatral de um grande amigo. Dormi com esse livro durante meses.

Mas ambos, ao igual que chegaram na minha vida, partiram. e eu nem lembro como. O "Adonai" era uma edição de 73. o "livro" era do inicio da decada de oitenta. Acredito que antes de eu nascer eles já tinham sua vida propria, sendo lido por centanas de olhos. Deixando sua semente de livro vivo e aventureiro em mentes escolhidas pelo destino.



isso.

15 julho 2009

Venus-Mercurio

Ontem via um documentario sobre os planetas do sistema solar.
Um fato que me chamou atenção é que Venus, dos planetas, é o que tem a atmosfera mais violenta e opressora. E curiosamente é associado ao amor.

Mas a postagem é para deixar aqui uma canção que acabo de compor...


Venûs - Mercurio

Meu dia dura o dobro do seu ano.
Dou a volta pelo Sol em um segundo.
Disparo pelo asfalto, fujo do submundo,
disparo igual cometa de aluguel.

Estou valendo o dobro da sua aposta
contando os dias que eu me fiz de morta
Sou presa do orgulho, mas calo quieta, engulo.
Sou presa de um pedaço de papel.

Que droga! O meu amor só aportou agora
Me escuta, cala essa boca e me beija toda.
Curtamos o que nos resta, festa e fantasia.
Desculpa, chegou minha hora tenho que ir embora
deixa pra outro dia.
pra outra hora.



isso.

14 julho 2009

Heavy Metal



Faz tempos eu era um daqueles roqueiros roxos. Só queria saber de guitarra distorcida, riff´s alucinantes, bateria demolidora...
Hoje descobri que já não tenho mais saco pro Heavy Metal e afins (lease punk, grunge, hard, etc). Claro. Não deixo de apreciar um Metallica do "Kill then all", algumas perolas do Pantera. Mas só a nata mesmo... Korn, Incubus, Godsmack, limpbizkit... bandas que faziam parte do meu cotidiano hoje ficam na mesma gaveta que reservo para o Funk.
Tá, assumo. Não me incomodo de ir até o chão quando estou em alguma festa e rola o pancadão, as vezes até me divirto muito com isso... mas acho tão divertido quanto ficar sacudindo as melenas ao som de um idiota berrando um monte de coisas que nem ele entende por estar tão drogado. em alguns casos o funk é até melhor...

ah, o simbolo com os dois dedinho em riste associado ao heavy metal e consequentemente ao capiroto. Na verdade é um mudra milenar usado para afastar o proprio capiroto.

isso.

13 julho 2009

101 motivos



Acabei de descobrir que esse é a postagem de numero 101.
Não percebi a de número 100 chegando. Acho bacana, apesar de clichê, lembrar que é o post 100.. mas enfim... não era nem sobre isso que eu queria falar mesmo...

Faz uns minutos li uma noticia sobre um macaco que move um braço mecanico com a força do pensamento. Instalaram um chip de quatro milimetros no cerebro do simio e: "Vamos, macaco. Mexe o braço de aço." E o braço fazendo varios tipos de movimentos. Dizem que vai ser bom para quem tem paralisia. É, vai mesmo.

Faz uns dias li que computadores que hoje podem simular partes do cerebro humano são grandes como edificios.
Faz pouco mais de cinquenta anos os computadores eram grandes como edificios e não tinham 1% da capacidade de uma atual calculadora de R$5,00, que você compra em qualquer papelaria.

Fico feliz que paraliticos possam "movimentarse". O que me dá pânico é exercitos de soldados com cerebros militares sobre um corpo "humano" de titanium (ainda bem que só o Wolverine tem adamantium)

Penso num futuro distante o seguinte dialogo:
"Eu fui organico até 99. Daí teve a promoção da Biomachines da virada do seculo. Um modelo V-48, eu podia ainda divir em 24x. Tranferi meu cerebro pra cá e vivo feliz faz quase vinte anos."

"Paieee.. Compra um cachorrinho pra mim?"
"Compro um Rodog pra você meu amorzinho."
"Um Rodog não. Eu quero um cachorro de verdade."
"Minha princesa. Um cachoro de verdade faz cocô e come muito. Um Rodog sai bem mais barato e tem tantos modelos bonitinhos."

será que eu estarei "vivo" para ver dialogos assim?

A imagem acima é a capa do livro "La condición Poshumana" do Argentino, Santiago Koval.


isso.

09 julho 2009

Peito alvejado


Em São Paulo moradores de uma favela (gostaria de comentar sobre o termo "favela" algum dia) cercaram duas motos policiais e tiraram na marra a chave da mão de um dos policiais.

Ousadia?

Minutos antes esses mesmos policiais entraram na rua atrás de um motoqueiro, largando o dedo indiscriminadamente, acertando assim o peito de Tainá, uma menina de 8 anos que estava na porta de sua casa.

Todos gritavam por justiça. Reforços foram chamados para resgatar os policiais infanticidas do meio da multidão revoltada. Alguns oficiais tiveram suas fardas rasgadas. A imprenssa como mosca na merda fresca. E depois de algumas horas e muito grito devolveram a chave.
Os culpados provavelmente não serão punidos por esse crime. A menina, morta.

me levou a pensar o seguinte:
Porque precisamos esperar o peito de uma Tainá ser alvejado para nos revoltar contra a autoridade que nos oprime?


isso.

Quando eu tinha 15 anos.


Eu tinha uns 15 anos quando pela primeira vez tive contato com a internet.
Já sabia que existia, havia visto algum PC funcionando no rastejante modem 22Kbps, mas a experiencia de imersão mesmo só conheci quando tive um mega ultra novo e novico Pentium 3, que na época era o mais rápido em tecnologia domestica que existia no mundo. Eu vivia na europa onde o novo e bom é acessivel a todos. A internet estava começando seus primeiros passos serios por lá.
Meu cotidiano era escola 7:00, internet de duas da tarde até 2, 3 da madrugada. Fazia alguns intervalos para comer ou socializar com minha mãe, mas todo esse tempo conectado ou jogando.

Aquela experiencia foi maravilhosa para mim. Lembro que aprendi sobre centenas de coisas na rede, meu acesso a grande biblioteca... que ainda nascia. Foi naquela época que criei o hotmail que uso até hoje.
Quando voltei pra cá, trazia debaixo do braço meu potente pentium 3 (nem lembro o que foi dele), e ainda fui internautico por uns tempos, porém bem menos do que era antes.
Depois abandonei de vez a informatica, e por alguns anos me dediquei ao contato humano, ignorando e negando as maquinas.

Hoje a vida me trouxe ao coração de silicio dos coputadores. Fico na rede mais horas do que ficava quando tinha 15 anos. Esse mundo virtual evoluiu muito desde aquela época. Meu trabalho é navegar nele.

As vezes penso que a rede é um passo para a Unidade da Humanidade.


isso.

29 junho 2009

Dias vazios

Ando meio (bastante) preguiçoso com esse negocio de escrever.
Até tenho ideias na cabeça que gostaria de formatar em escrita, mas acabo deixando de lado. Ando sem vontade de me forçar a ter vontade.
Talvez deva buscar um novo porque para escrever.

Ao menos, para compensar meu abandono literario, tenho trabalhado bastante (no trabalho ordinario, não na arte), e esse foi um dos motivos pelo qual dediquei tão poucas palavras ao blog neste mês que acaba.

Nem minhas canções tenho tocado. Hoje, depois de vários dias, voltei a pegar na viola para descobrir que estou esquecendo minhas músicas.

Mas para não dizer que não falei das flores, coloco aqui uma letra de Itamar Assumpção, que fez-se conhecida atravez de Cassia Eller


Aprendiz de feiticeiro
Aprendiz de feiticeiro

Aprendi quando criança que além de tudo balança
Esse nosso mundo cão
Aprendi que quem não dança, já dançou na sua infância
Senão rock foi baião
Aprendi da importância de não dar muita importância
Ficar com os meus pés no chão
Aprendi que viver cansa, mesmo vivendo na França
Mesmo indo de avião
Aprendi que a desavença, é por que sempre alguém pensa
Que ninguém mais tem razão

Aprendiz de feiticeiro
Aprendiz de feiticeiro

Aprendi que tudo passa, tomando chá ou cachaça
Tomando champanhe ou não
Aprendi que a descrença, a desconfiança e a doença
São partes da maldição
Aprendi que a ignorância, a sordidez e a ganância
São lavas desse vulcão
Aprendi que essa fumaça a minha janela embaça
Por fora, por dentro, não
Aprendi tetra depressa que a taça do mundo é nossa
E que São Paulo é meu sertão


isso.

25 junho 2009

Revelação




Se não me engano foi o cara que escreveu "Cien años de soledad" que disse: "Jamás escribi nada que no hubiera vivido." Que vida então que esse homem viveu, que com a quantidade de personagens e historias que criou.
Uma vez um amigo me disse: "Você se revela muito nas suas poesias." - "E para que são as poesias então?" respondi.

Quando leio o que escrevo vejo a mim. Sou um solitário.
Lembro meu pai que morreu sozinho num quarto de hotel em Lisboa. Um errante solitario.

Ao decidir ficar no Rio e não viajar conhecendo o país, decidi não ser meu pai.

Mas agora tenho que aprender algo que fiz pouco, apesar do teatro, de ter conhecido tanta gente diferente pelo mundo, que é realmente aprofundar-me com as pessoas. Aprender sobre laços constantes e duradouros.
Há quem diga que sou bom para conversar sobre coisas profundas. Sou profundamente fugaz.
E definitivamente, não posso, como ninguém deve, repetir os mesmos erros dos meus pais.


isso.

15 junho 2009

A primeira vez de Wlad


Wladmir é uma cara que já fez muitas coisas na sua vida.
Em seu mais de meio século existindo sobre esse plenata, ele se formou em economia (diploma que tem vergonha de possuir), logo estudou psicologia e já faz mais de vinte cinco anos que atende pessoas com os mais inacreditáveis "problemas".
Nesse meio tempo ele conseguiu também ser inimigo do Estado totalitario que existiu no Brasil, conhecido como ditadura por alguns, e desconhecido da minha geração em diante.
Wlad foi preso, torturado, exilado, quase fuzilado. Esteve na luta armada contra a ditadura, roubou para financiar jornais libertarios, se encontrou com os "camaradas" na calada da noite, os mesmo camaradas que negou conhecer baixo tortura.
Existem muitas outras experiencias de vida que Wlad passou que não relatarei aqui. Há de se escrever um livro.

No Sábado passado Wlad viveu uma experiencia nova.
Pela primeira vez ele criou uma canção. Olhando uns velhos poemas dele, eu com a viola na mão, saiu uma canção da união de seus versos crus e minha melodia simples.
Engraçado ver um homem daquele tamanho contende como um menininho.

Aqui vai a letra da canção:


Todo amor
É um amor só.
Todo ódio
É um ódio só.
Toda força, é uma força só.
Toda fraqueza é uma fraqueza só.

Todos somos todos, só.
Tudo é todos.
Tudo é um.
Um só.



isso.

13 junho 2009

Sua Vaca!!!


"Meia noite, pleno dia dos namorados e você correndo atrás de uma vaca, meu filho."

Dizia minha mãe a gargalhadas na cozinha.


Eu deitado na cama vendo um filme. Onze e uns quinze minutos passados entra minha mãe e meu "irmão" em casa afobados.


"Danton. Acabei de ver uma vaca perdida na rua, tadinha. Com a teta cheinha de leite. Vai ser atropelada. Ia trazer ela pra casa, mas só nós dois não dava.Vamos lá pegar ela?"

"Uma vaca? Onde? Vamos!"


E fomos eu e meu "irmão" correndo. Minha mãe na bicicleta.

"Porque estamos correndo?" perguntei.

"Pra alcançar a vaca."

"Mas tem que ir correndo?"

"Olha ela lá."

Corremos mais rápido.


A vaca era gigantesca. E estava prenha. Xô xô daqui, xô xô de lá. Conseguimos conduzir ela até o portão de casa.

Ela parecia dizer. "Quais são suas intenções comigo? Você são estranhos. Não vou entrar ai não." Nisso já tinhamos subido e descido a rua, várias vezes, guiando ela que evitava entrar na casa. Quando por fim estava se convencendo que deveria entrar por aquela passagem, o minúsculo cão da minha mãe começou a latir-lhe.

O animal em seus quase quinhentos quilos, apavorada pelo estridente latido do animalzinho de 800 gramas saiu correndo.

"Pega a corda. Vamos laçar ela." dizia eu para o meu padrasto.


Depois de mais uns 15 minutos tentando jogar a corda atravéz do pescoço, o consegui. Senti a absurda força daquele animal. Ainda fiz ela rodar em volta de mim. Mas logo começou a correr e me levar. "Ou largo ou vou ser arrastado por esse monstro." Larguei.

"Devolve a corda." Eu gritava atrás dela. E atrás de mim, meu "irmão", minha mãe e vários vizinhos que riam gostosamente.



isso.

10 junho 2009

Míro morreu.




Míro morreu na última madrugada.
Deitado na grama, ao relento, seu corpo sucumbiu a madrugada gelada.
Se eu sentia frío no meu colhão com lençol e teto, ele já não sentia nada, pois por fim livrara-se da carne.

Míro era um pessoa a quem eu dava bom dia quase todas manhãs. Um miserável agregado da mãe de um amigo onde eu me agrego em alguns almoços durante a semana.
A única alegria desse homem, se é que ainda tinha alegria, era beber cachaça.
Na última manhã vivo de Míro ele fedia tanto como se já estivesse morto. Sujo, cagado, bêbado, moribundo.
"Ai meu Deus! Esse Míro fedido desse jeito aqui em casa. Vai acabar morrendo ali sentado." Pelo cheiro que exalava, Míro foi convidado a se retirar. "Toma um real pra beber um pinga Míro." alguém disse para conseguir tira-lo da casa.

Foi a última vez que o viram vivo. No manhã de hoje o encontraram num terreno escondido atrás de um bar. O lugar onde mais gostava de estar.

Posso dizer que me alegro por Míro. Agora ele descança. Já não treme da cabeça aos pés por não ingerir alcool. Já não perambula pedindo centavos para poder beber e fumar. A carne que tanto machucou Míro já não lhe pesa.


isso.

01 junho 2009

Um dia de lágrimas.


Fazia tempo que eu não chorava, ontem o Domingo foi de lágrimas.
Não há porque explicar as razões, mesmo que houvesse, não o faria.
O mais importante é que ao final do dia fiz uma canção.
Quando estiver tocando-a melhor coloco um video.







Injusta


Se o que te assusta é o que eu digo
vamos, menina. Pare com isso.
Como se pode falar do que não se vê?
Venha me conhecer. Você pode gostar.

Se o que você quer é o meu compromisso
me considere já seu amigo.
Como se deve julgar a outro ser?
Se todos são iguais para quem tem que ser.

refrão
Vá então. Bata essa porta sem olhar para trás.
Daí, cê vai saber que de nós dois nunca mais.
Depois. Quando me chame pedindo pra voltar.
Direi. Direi que sim pois não deixo de amar.

Se você pensa que eu só quero isso
Já tive vidas, saias e vícios.
Hoje eu sonho em descançar
Onde haja amor e eu possa ser mais.

Se o que crês é o que ignoras
Rosa te peço, pare agora.
Não machuque o talo dessa Flor
Que só pensa em crescer sendo quem ela é.




isso.

28 maio 2009

Seu @ú

Outro dia uma amiga olhava meus poemas e riu muito quando achou uma antiga letra que jamais consegui colocar a melodia. Então expliquei o motivo do nome.
Faz uns três anos estava andando de bicicleta pelo bairro semi-rural onde vivo, quando minha passageira falou a seguinte frase: "Se o cavalo não tivesse rabo, o cú dele seria obsceno."
Achei maravilhosa a sonoridade da frase e o que ela dizia. "Isso que você disse. Mostra como Deus é perfeito nas suas criações." E ficamos filosofando sobre (enquanto eu pedalava). Quando cheguei em casa, escrevi a seguinte canção (ainda sem melodia):


Seu cú

Se o cavalo não tivesse rabo
O seu cú seria obsceno
E se o zero fosse mais quadrado
Quem sabe o resultado do co-seno?
Se o motor não é acelerado
Nunca chega
Quando chega tem demora.
Talvez um dia o meu nome exploda
E eu me torne
Mais um babaca na historia

E se eu vejo o sol nascer num quadro
Entre gerânios, espadas e serpentes
Eu fecho os olhos, choro e agradeço
Pois nunca sabemos o que há em frente

E se no bolso não levo dinheiro
Trago nos olhos minha felicidade
Eu sou artista, pobre e brasileiro
Levo na carteira a identidade.

Se não elevassem o que se fala à serio
A palavra não seria obscena
E se o Um fosse a medida
Exato resultado resolvendo meu problema
Se é pastor ou se é vira-lata
Não adianta, vai chegar a sua hora
Seja humilde no punho ou na faca
E lembre sempre
Do bom lado da historia.




isso.

24 maio 2009

Luz

Hoje pela tarde acabou a luz no meu bairro.
Fiz um breve poema enquanto a tarde caia e tudo escurecia.



Acabou a luz.
Posso ver a estrela aguda lá no alto
e o prata da lua queimando o asfalto.
Só faltava brilhar no meu peito
seu olhar que é mistério.

Acabou a luz.
No escuro se escuta o grito da alma
e matamos mosquitos batendo palmas.
Só faltava guardar o meu sonho
onde escondes o que é seu.

E voltou a luz.
É a salva de amor pela eletricidade
vou te dar meu calor até já ser tarde.
Só faltava eu ter a certeza
de saber quem eu sou.



isso.

20 maio 2009

Shock


Hoje me aconteceu algo no mínimo curioso.

Estava sentando num banco esperando o tempo passar. Ao meu lado tinha uma senhora com a qual eu conversava a diferença entre homens e mulheres na hora de fazerem compras. Ela puxou o tema, eu segui.
Veio um rapaz passando um fio bem grosso, grosso como seus modos, já que o fio bateu em mim e ele fingiu não ver.

Continuei conversando com a senhora mais um pouco. De repente. Do nada eu resolvi levantar, não tinha motivo nenhum para fazer isso. Quem eu esperava não tinha chegado, não pensava ver nada no comércio. Simplesmente levantei. Quando dei o segundo passo escutei aquele som tão caracteristico de curto-circuito. Olhei para trás e justo no lugar que eu estava sentado, onde estava meu pé, o fio pegava fogo.
A senhora se queimou com umas faiscas. Mas foi mais o susto.
Eu fiquei pensando nesse meu "instinto aranha" que já me livrou de outras situações, e não foram poucas vezes.


isso.

18 maio 2009

Bom dia surpresas.


Ontem cheguei em casa depois de alguns dias fora.
Não sei direito o que aconteceu, foram uma sucessão de festas que não existiam e de repente surgiram, e eu tendo que ir a todas quando o meu maior desejo era ficar em casa para organizar minha vida para a semana seguinte.
Organizar vida?
Que nada. Viva Dionísio!

Acordei hoje pela manhã quando o dia ainda se esticava para tomar o lugar da noite. Coloquei roupa para lavar, cuidei dos animais, toquei uma viola matinal...
"Danton?"
"Quem será às 7:30?" pensei.
Era a irmã da minha mãe, e suas filhas. Uma já adolescente e outra com alguns meses de vida. Peguei logo a bebê no colo. Adoro bebês.
Trocamos meia duzia de palavras...
"Danton. Vou morar nesse quarto que tem vazio aqui, tá?" minha tia lançou.
"Eh... tá."

Tenho que fazer um pequeno parentesis.
Desde bem jovem eu sempre fui um pouco arisco com essa tia. Ela é mal-educada, só fala gritando, é incoveniente e adora fazer brincadeiras sem a menor graça. Só por esses e mais alguns motivos eu sempre evitei-a. Ter ela morando na mesma casa que eu não é uma ideia motivadora, mas se colocaram esse desafio na minha vida, devo levar da melhor forma possivel.

Logo depois dessa noticia meu sócio chegou para sairmos à guerra nossa de cada dia. Enquanto conversavamos o que fariamos ao longo do dia ele recebeu um telefonema. Alguém morreu. Mudança de planos, não sairiamos mais.

O mais divertido é que essa Segunda estava planejada desde Sexta

Ao menos usei o dia para organizar a semana que chega.


isso.

14 maio 2009

Videos Version 0.1

Consegui gravar, converter e colocar no ar os videos das minhas canções.
Tem uns momentos que eu erro... e muitos outros que desafino bastante. Mas vão assim mesmo.

Ai vai o link do Canal:

http://www.youtube.com/watch?v=idtUN4LvcgQ&feature=channel#


isso.

12 maio 2009

Shakespeare, Beethoven, Da Vinci e Jesus Cristo



Hoje acordei com o humor bastante alterado.
Três minutos antes de soar o despertador abri os olhos. Jamais entendi isso que acontece comigo, sempre acordo três minutos antes do despertador. De forma natural. Sem despertador também funciona, já houve vezes que precisei acordar determinada hora e não tinha despertador. Pensava intensamente no ato de acordar na hora desejada, na mosca. Acordo. A cabeça é algo muito curioso... mas voltando ao meu humor.

Sabe aqueles dias que se levanta querendo socar? Nessa energia estava eu pela manhã. Fiquei olhando o céu pela janela, esperei o despertador tocar, desliguei-o e levantei. Quando acendi a luz da cozinha. Pufff, queimou. "Melhor eu respirar mais fundo." Fiz a barba na água quente e fui pra escola.
Diria-se que, estando de mal-humor, enfrentar várias turmas de crianças contemporâneas seria suicidio. Que nada. Me divertiu e relaxou estar com as crianças.
Voltando para casa sinto aquele mal-humor (veja que coloco MAL, com L). Claro, o maldito cigarro. Estou alguns dias sem fumar, é incrivel a altereção de humor que o tabaco pode causar nas pessoas.
Dane-se o cigarro. Fiz meu almoço, comi. Peguei a viola e comecei a pensar na ideia que tive na noite anterior.

Ontem lia alguma coisa em algum lugar da internet, dizendo que Shakespeare é o autor dominio público mais baixado da rede. Pensei que o bardo jamais vira nada tecnologico, e mesmo assim está em milhões de lares do mundo todo... desse embolado de pensamentos surgiu a seguinte canção:


Shakespeare, Beethoven, Da Vinci e Jesus Cristo.

Shakespeare jamais sentiu
o rugido de um motor.
Assim é mais fácil falar
dos misterios do amor.

Beethoven jamais ouviu
um som no computador.
Assim é mais fácil escutar
o que a alma quer compor.

Enquanto uns choram, outros vão e comemoram.
O meu pensamento não é como o seu.
Diga sim a vida, por mais que dificil,
Siga teu sonho, acredite em Deus.
Nunca se esqueça, se faz a cabeça.
A cabeça foi feita para pensar.
Da maçã o gosto, o vício, o poço.
Jamais se entregue antes de lutar.

Da Vinci quem sabe viu
no céu um disco voador.
E logo foi lá desenhar
O que o ET lhe contou.

Jesus Cristo não morreu,
vive em cada coração
Que crê no que ele ensinou
sua menssagem de amor.




isso.

08 maio 2009

Macabra sorte


Estava com um amigo numa lotérica.
"Quer ficar milhonario?"
"Eu não vou usar minha sorte nesse tipo de jogo." respondi.
"Já te contei a historia do meu avô?" perguntei então.
Disse que não, contei-lhe a seguinte historia:

Meu avô era um homem muito culto e viajado. Esteve na Italia na Segunda Guerra e tantas outras mil historias que viveu. Aposentado, era um homem que religiosamente jogava na loteria para tentar a sorte grande. Fazia estatisticas e probabilidades dos números que poderiam sair. Lembro quando criança que ele pedia para preencher uns números naqueles cadernos quadriculados. E por isso me presenteava com algum agrado.
Numa manhã, quando tinha 72 anos de idade, estava em casa escutando os resultados da loteria. Conferiu o comprovante em sua mão. Ganhou na Quina. Colocou o comprovante no bolso e saiu apressadamente. Dentro do seu quintal, a bainha de sua calça agarrou-se num motor velho fazendo meu avô despencar nos seus mais de noventa quilos e bater a testa numa muretinha. Também quebrou a primeira e segunda vertebra, ficando tetraplégico.
Graças ao valor considerável do prêmio minha mãe pôde contratar os melhores médicos para operarem meu avô. Que diziam que ele tinha pouquissima chance de sobreviver àquele tipo de operação, se o fizesse, não moveria mais o corpo. Sobreviveu. Tratamentos, fisioterapia diária. Um ano depois já dava alguns passos. Tenho nítida na memoria a imagem do meu avô andando como se fosse um bebê gigante (usava fraldas). "Olha o robô. Olha o robô." Dizia enquanto caminhava e ria.
Morreu alguns meses depois.



isso.

Todos estão surdos.

Faz alguns dias que estou com uma canção do Roberto Carlos na cabeça:


Desde o começo do mundo
Que o homem sonha com a paz
Ela está dentro dele mesmo
Ele tem a paz e não sabe
É só fechar os olhos e olhar pra dentro de si mesmo.

Tanta gente se esqueceu
Que a verdade não mudou
Quando a paz foi ensinada
Pouca gente escutou

Mas meu amigo volte logo
Venha ensinar meu povo
O amor é importante
Vem dizer tudo de novo.


Outro dia um cabeludo falou:
Não importam os motivos da guerra
A paz ainda é mais importante que eles
Esta frase vive nos cabelos encaracolados das cucas maravilhosas
Mas se perdeu no labirinto dos pensamentos poluídos pela falta de amor
Muita gente não ouviu porque não quis ouvir
Eles estão surdos.

Tanta gente se esqueceu
Que o amor só traz o bem
Que a covardia é surda
E só ouve o que convém

Mas meu amigo volte logo
Vem olhar para o meu povo
O amor é importante
Vem dizer tudo de novo.

Um dia o ar se encheu de amor
E em todo o seu esplendor as vozes cantaram
Seu canto ecoou pelos campos
Subiu as montanhas
E chegou ao universo
E uma estrela brilhou mostrando o caminho
``Glória a Deus nas alturas
E paz na Terra aos homens de boa vontade.``

Tanta gente se afastou
Do caminho que é de luz
Pouca gente se lembrou
Da mensagem que há na cruz

Mas meu amigo volte logo
Venha olhar pelo meu povo
O amor é importante
Vem dizer tudo de novo.



isso.

05 maio 2009

Um dia perfeito.


Hoje, melhor dito, ontem, já que bate no relógio 00:27 foi e é um dia perfeito.
O conjunto de elementos muito importantes na vida de uma pessoa foram realizados hoje para mim, vários juntos condensados num mesmo dia. Como um milagre, ou um filme.

Começou seis da manhã. Aquele frio matinal que só seis da manhã tem. Para fazer a barba, água aquecida no fogão. Fui para o meu primeiro dia de aula, não como aluno, mas professor. Fazia anos que não lecionava, e afortunadamente não tive tempo para montar a primeira aula. Mas domino o tema e sei lidar com crianças e adolescentes. Foi maravilhoso. Teve momentos duros. Nada como a inocência cruel das criancinhas, mas fazia parte da diversão. Amanhã repete a dose.

Chegando em casa. Algo realmente inusitado acontecia. Minha mãe cozinhando vários pratos com vigor e amor. Inusitado pelo fato de que ela detesta cozinhar. Esses momentos de inspiração são rarissimos. Posso contar nos dedos quantas vezes aconteceram. Normalmente aqui quem cozinha sou eu. Adoro fazer comida, e mesmo quando não quero fazer, gosto de fazer. "Quem vai fazer comida pra gente?" ela dizia quando eu fui viajar o Brasil ano passado.
Depois de comer dormimos juntos vendo vale a pena ver de novo. Coisa que a muito tempo não faziamos. Dormir juntos, não ver novela.

A tarde fui encontrar, com as mãos suadas, aquela que já é minha flor, meu amor.
Enquanto a esperava, vi uma grande amiga passeando com sua mãe. "Eu não podia te ver tão roxa sem te dar um abraço." - "Daaaaaaaaaanton, meu querido." Contei novidades, ela sinceramente se alegrou por mim. Beijei a mão de sua mãe. Um velha linda. "Eu lembro de você mas não lembro o seu nome." - "Pra que nome? Eu já fico feliz que a senhora lembre de mim. Não precisa nome." - "Olha menino, Deus vai te abençoar muito nessa vida." - "Com certeza Dona Nen, com certeza." E foram no seu passeio.

E a Flor chegou. Linda de doer os olhos. Um abraço, seu cheiro que me mata. E começamos a andar e conversar sobre tudo e nada. Subimos ao ponto mais alto da cidade para ver o pôr do Sol.
Lindo céu multicolorido. As luzes brilhando. A cidade com seu ruído lá embaixo. E ali, depois que o Sol deu tchau e a lua crescente já nos iluminava, demos nosso primeiro beijo.
A amo. Já a amava antes de prova-la. Impossivel não amar-la. Todos que a conhecem a amam. E agora com muita calma e paciência plantar essa semente de amor e esperar ser árvore frondosa.
Quando a deixei já haviam passado algumas horas desde que nos encontramos, para mim pareceram minutos. Mas Einstein tem uma teoria para isso.

Meu grande amigo me pegou com seu cavalo de rodas e fomos visitar uma possivel cliente. Hoje, ontem, completou uma semana que montamos nossa empresa. E nessa visita fechamos o nosso primeiro trabalho que já começamos amanhã. É o sinal de que muitos outros virão. A ideia funciona mesmo.

Cheguei em casa, tirei a roupa e parei para pensar em todo o dia que tive. Comecei a rir de felicidade. E chorei por viver um dia perfeito.


isso.

03 maio 2009

O amor é um pássaro rebelde


Pediram para colocar a tradução do trecho da opera Carmen que postei noutro dia.. aqui vai.


O amor é um pássaro rebelde
Que ninguém pode prender,
Não adianta chamá-lo
Pois só vem quando quer.
Não adiantam ameaças ou súplicas,
Um fala bem, o outro cala-se
É o outro que prefiro,
Não disse nada, mas agrada-me.

O amor é filho da boêmia,
Que nunca, nunca conheceu qualquer lei;
Se não me amares, eu te amarei;
Se eu te amar, toma cuidado!

O pássaro que julgavas surpreender
Bateu asas e voou
O amor está longe, podes esperá-lo
Já não o esperas, aí está ele,

À tua volta, depressa, depressa,
Ele vem, ele vai, depois volta,
Julgas tê-lo apanhado, ele te escapa;
Julgas que te fugiu, ele agarra-te.

O amor é filho da boêmia,
Que nunca conheceu qualquer lei.
Se não me amares, eu te amarei;
Se eu te amar, toma cuidado!


isso.

Impulso


Jamais soube ou saberei se é virtude, defeito ou caracteristica, mas sou um impulsivo.
Por mais que as pessoas me digam e avisem para ser só mais um pouco comedido, não, tenho que funcionar como fogos de artificio. E em lugar de ter paciência para esperar e ver as coisas acontecerem gradativamente eu acelero o processo.
Muitas das vezes que fui impulsivo, acabei colhendo frutos, mas nem sempre foram os desejados.
Mas se tem uma coisa que me não consigo não fazer é seguir meu coração. Sendo ele uma bomba impulsiva acabo sendo eu também.

Nesses últimos dias fiz duas coisas no impulso do meu coração e da minha intuição. Uma está dando muito certo. Espero que a outra siga o mesmo caminho.
Isso de ser impulsivo lembra um poema que escrevi uma vez num bar lá no Leblon. Estava rolando um encontro com poetas declamando suas poesias. Peguei a caneta do garçom emprestada e escrevi no papel da mesa que rasguei ao final.



Garota do Lebão

Quero ter o prazer de rasgar
Os preconceitos, os olhares que
Inquerem os movimentos nascentes
De um impulso infantil. Meus
Tenros desejos de criança.

Quero gozar a sensação do papel
Sendo chicoteado pela caneta
Do garçom anti-poético, e
Respeitar quem não ama
O aplauso do sádico público.

Quero usar chinelo entre loucos
Disfarçados de intelectualizados
E chegar onde queira com meu
Jeito moleque, suburbano e
Pseudo-desinteressado.

Quero brilhar num céu de
Estrelas de explosões poéticas,
Mas humildes. E servir ao
Dom de ser eu mesmo. Ainda
Que me aconselhem o avesso.



isso.

Efeito dominó


Estava conversando com um amigo que me contou sobre um comentário de um terceiro.
Depois fiquei pensando sobre, e do comentario do terceiro me surgiu uma idéia.
Então falei para esse meu amigo que colocassemos a idéia em prática, não custaria nada e tinhamos tempo livre de qualquer forma.
Fomos então para rua captar clientes para esse serviço que eu acabara de criar. E eles foram aparecendo, as coisas foram surgindo. Num dia não tinhamos nenhuma perspectiva de como ter um dinheirinho a mais, e no outro, sem que nos dessemos conta, tinhamos um empresa.
Agora estamos por ai conseguindo mais clientes, e servindo aos que já ganhamos. Em função disso dei pouca atenção ao blog...

Mas o que queria falar é sobre o efeito dominó. Um cara diz uma coisa, depois outro cara conta pra outro cara a coisa que o primeiro cara diz. Isso serve de ignição um dos caras terem uma ideia que ajuda e muito aos dois caras... tudo muito divertido.


isso.

Levo a viola

Tem mais uma canção recém saida do forno.
Ando treinando bastante todas minhas músicas. Quando achar que estão boas vou gravar em vídeo para colocar tudo no YouTube e assim linkar aqui.


Levo a viola.

Eu levo minha viola pra ela.
Já que ela que manda na minha viola.
Eu canto no tom que ela quer escutar
Se canto certinho eu posso ganhar
Seu beijo que é tão doce
um doce que só vem dela.
Meus beijos serão só ela
Se ela quiser então meu amor será também.

Eu levo uma semente pra ela.
Juntamos amor, semeamos a terra.
E onde há amor não se pode brigar
que lágrima alguma há de molhar
seu rosto a coisa mais linda
que presenciei na minha vida
Por isso lhe levo a viola
E para mostrar meu amor escrevi essa canção.



isso.

27 abril 2009

New Song

Compûs uma nova canção que ainda não dei nome.
Quer sugerir algum?



Quero poder compor uma canção de amor.
Daquelas que o meu coração não diz.
Vou mandando um recado pra ela:
"que me espere na janela
Hoje eu passo por ai.
Só pra ver você sorrir."
Linda como flor no Sol de Abril
flor no Sol se abriu.

Quero provar um brilho desse teu olhar.
De noite quem sabe sonhar com você.
Dançar ao balanço do seu vestido
lhe dar um beijo amigo.
Te levar pra conhecer
O que há de mim em você.
Linda como flor no Sol de Abril
flor no Sol se abriu

Quem sabe um dia eu te descubro
Te levo pra trotar mundo
No meu cavalo de Jorge.
Me rendo ao poder da sua beleza
Depois te faço minha Deusa
Minha estrela da sorte.



isso.

Se a vida fosse um Musical.


Imagine que divertido e surreal seria se a vida fosse um musical.
Nada aconteceria sem uma coreografia, um canto introdutório, um ritmo.
A vida sendo um musical, quando fossemos a uma loja -por exemplo- comprar um sapato, fariamos disso um aria, com todos os vendedores e clientes cantando e dançando o ato de experimentar aquele sapato perfeito visto na vitrine. Tonos, baritonos, sopranos, coro, todos salvando à maravilha de uma coisa cotidiana.
Acordar de manhã seria um duelo de bocejos perfeitamente afinados contra o canto dos pássaros. O café da manhã um ato heróico com uma coreografia de migalhas de pão sendo sequestradas por formigas em Lá Maior.
O melhor seria quando vemos uma pessoa que amamos. Para expressar nosso sentimento representariamos todo um ato de varios minutos até chegar ao beijo esperado, ah, não podemos esquecer do crecendo antes do beijo, muito importante.
Se a vida fosse um musical poderia até parecer um pouco ridiculo, mas seria muito divertido. As coisas seriam mais cerimoniosas, dariam mais valor aos momentos que não damos valor nenhum. E claro, teriamos que nos esforçar mais para entender algumas coisas, já que a linguajem do corpo e da música nem sempre estão de acordo com a retórica.


L’amour est un oiseau rebelle
Que nul ne peut apprivoiser,
Et c’est bien in vain qu’on l’appelle
S’il lui convient de refuser.

Rien n’y fait, menace ou prière.
L’un parle bien, l’autre se tait.
Et c’est l’autre que je préfère.
Il n’a rien dit mais il me plait.

L’amour! L’amour! L’amour! L’amour!

L’amour est enfant de Bohême,
Il n’a jamais jamais connu de loi.
Si tou ne m’aimes pas, je t’aime.
Si je t’aime, prends garde à toi!

Si tou ne m’aimes pas, si tou ne m’aimes pas, je t’aime,
Mais si je t’aime, si je t’aime, prends garde à toi!

L’oiseau que tu croyais surprendere
Battit d’aile et s’envola.
L’amour est loin, tu peux l’attendre.
Tu ne l’attends pas, il est là.

Tout atour de toi, vite vite,
Il vient, s’en va, puis il revient.
Tu crois le tenir, il t’evite.
Tu crois l’eviter, il te tient.

L’amour! L’amour! L’amour! L’amour!

L’amour est enfant de Bohême,
Il n’a jamais jamais connu de loi.
Si tou ne m’aimes pas, je t’aime.
Si je t’aime, prends garde à toi!

Si tou ne m’aimes pas, si tou ne m’aimes pas, je t’aime,
Mais si je t’aime, si je t’aime, prends garde à toi!

Carmen, Bizet


isso.

20 abril 2009

O dia em que a terra parou.


Vi um filme que gostei muito. "O dia em que a terra parou." Com o gato do Keanu Reeves (isso mesmo, gato. Ele, Pitt e Deep são os únicos que eu trato com esse carinho) e a inacreditável da Jennifer Connelly.
Um remake que conta a historia de um ET que vem a terra dar um importante recado aos lideres de todas as nações, por isso mesmo ele aterrissa com sua linda nave no Central Park em New York, já que nessa cidade se encontra a ONU.
Como bons norteamericanos, de Welcome dão um tiro no pobre alien assim que o rapaz sai da nave. Com a sabedoria de uma civilização ultra avançada ele impede que seu Robô de tecnologia inimaginável aniquile aos milhares de militares que rodeiam a nave. Vai pacificamente ao hospital militar e até o último momento tenta travar dialogo com o humanos. Vendo que na diplomacia a coisa não funciona, usa de seus poderes para escapar da base e então fazer o que veio fazer. Salvar a terra.
Eu não vi o original de 1959, dizem que é melhor. Mas gostei e aconselho esse filme, dá o que pensar depois.


isso.

19 abril 2009

Modigliani

Descobrir algo novo sempre é bom. Quando esse algo novo tem a capacidade impressionar, melhor.
Conheci Modigliani, como tudo de bom na vida, por acaso. Faz apenas alguns minutos, porém já sou um apaixonado.
Soube que existe um filme sobre ele com Andy Garcia, de 2004. Preciso ver.





isso.

18 abril 2009

O dia que reencontrei com Deus.


Sonhei com uma pessoa na qual não pensava mais. Uma pessoa que ficou lá no passado.

Eu era ateu. Não acreditava em nada que não pudesse ser visto.
Cheguei a conclusão da inexistencia de Deus quando tinha quize anos, andando com meu cachorro e pensando no amor. "Deus é uma desculpa da auto-destrutiva humanidade para amar." Foi a conclusão que eu cheguei naquela época. Por alguns anos essa era minha teoria e ponto final.
Quando tinha vinte anos conheci meu primeiro mestre espiritual. Um brasileiro que vivia em Cancún e estava na Espanha para dar um "taller de iniciación". A primeira coisa que ele me disse foi: "Seu lugar não é aqui. Seu lugar é no Brasil. Você veio aqui para aprender e levar para lá" Me convidou para um retiro de quatro dias. Falou que seria muito importante para mim. Já tinha ouvido falarem maravilhas do tal "taller de iniciación". Fui ao retiro.

Na época eu vivia num apartamento bem grande em Madrid. E tinha um dos quartos alugados para uma brasileira e seu namorado espanhol. Avisei a eles que passaria alguns dia fora e fui ao retiro.
Cheguei cético como sempre. E sai do retiro uma nova pessoa. Vendo e sentindo o mundo de uma forma totalmente diferente da que tinha em relação a tudo. Nenhuma palavra que eu escreva aqui seria capaz de explicar o que aconteceu naqueles dias. Nenhuma palavra.

Quando voltei para casa não encontrei os "inquilinos", nem eles nem várias coisas. Duas televisões, um computador, um DVD, um GameCube (com aquela obra prima que é "Zelda: Wind Walker"), dois capacetes e algumas roupas. Tinham roubado. Lembro perfeitamente do meu primeiro pensamento ao ver aquilo: "Deus sabe o que faz. A vida vai dar o que ela merece."
Se aquilo tivesse acontecido uma semana antes eu provavelmente teria um ataque daqueles de quebrar tudo que está na frente. Lembro que na época eu estava trabalhando e estudando como um louco. Hiper estressado. Duas semanas antes do "Taller" tivera um crise de nervos que pareciam facadas no meu estomago. Algo horrivel que, espero, nunca mais sentirei.

No dia que deixei Deus entrar na minha vida me levaram um monte de coisas materiais.
Curiosa coincidência.

Noite passada sonhei com a mulher que me roubou. Que estava casada, tinha um filho e se assustava ao me ver.


isso.

17 abril 2009

CARMEN!!! Nem tentem entender

Carmen, pensé bastante en ti hace unos dias, y cuando veo apareces aqui. jajajajajaja!!!!
aún recuerdo del jersei rojo de la cafeteria y del blanco en la disco, te acuerdas?
recuerdo de muchas cosas.

Porque te tengo y no
porque te pienso
porque la noche está de ojos abiertos
porque la noche pasa y digo...

Te busqué en facebook y estas cosas que usan en españa, pero nada...
no has dejado ninguna dirección para contactarte, solo el comment..
enviame un mail a danton_sarmento@hotmail.com
me alegro mucho volver a saber sobre ti. quantos años hace?

15 abril 2009

Pareidolia


No Domingo via TV com minha mãe. Quando foi dita uma palavra que desconhecia: Pareidolia. {pareidolia descreve um fenômeno psicológico que envolve um vago e aleatório estímulo (em geral uma imagem ou som) sendo percebido como algo distinto}, adorei o termo, a sonoridade e o significado da palavra. Fui fazer uma canção com ela.
Criei os quatro primeiros versos, parei por uns minutos para comer, e quando voltei ao violão não lembrava nem uma palavra, nem uma nota ou ritmo do que tinha criado. Fiquei quase uma hora tentando lembrar da canção e nada.
Deixei pra lá me xingando por não ter anotado antes de ceder a fome...

Hoje de manhã os versos recairam como um paralelepipedo na minha cabeça (com seu ritmo e notas incluidas), como num parto veloz nasceu a seguinte canção:


Pareidolia

Nem tudo o que se vê é o que existe
mesmo que tua mente insista a ver o que não está ali.
Se olha, olha com olhos bem abertos
se disser esteja certo pra não se arrepender depois.
A vida vai muito além quesse feijão com arroz.
Que vale é ter historias pra contar.
Se entre quatro paredes só existe nós
podemos por um salzim pra temperar.

Que importa se é real, pareidolia
hetero, gay, alegoria ou seja lá que cê quiser?
Importa que seja amor de verdade
dure eterno até que acabe
sendo tú homem ou mulher.
A estrada vai muito além do que a vista alcança
Se dê o luxo de ser mais criança.
Me entregue sua saliva antes que o mundo exploda
sonhei por anos beijar sua boca.

Tem vezes que é mais real a fantasia
até que se acorda um dia, acabou o carnaval
Dou viva a nossa mãe natureza
que te deu tanta beleza
mas negou-me seu amor.
Tem horas que o coração da gente se engana
amamos demais a quem sequer nos ama
Jogamos um pedaço da vida fora
ou amor que é amor jamais se cobra?

Pareidolia
Pareidolia
Pareidolia.



isso.

11 abril 2009

A arte é divina.


Outro dia conversava com uma amiga de longa data, que jamais havia lido nada meu (mesmo porque da ultima vez que tinha me visto eu mal sabia escrever meu nome todo), então dei algumas coisas minhas para ela ler. Depois de ler me perguntou porque todas minhas poesias eram assinadas com "danton" com letra minuscula. "É porque a arte é mais importante que o artista."

Muitas vezes quando eu escrevo, sinto que minha mão é segurada por algo que faz as palavras surgirem. Eu sou como um espectador que olha de fora meu corpo escrevendo coisas. Minha cabeça nada mais é que umr receptor das ideias que estão no ar, e meu corpo um canal para palavras que não me pertencem.
Sempre gostei de pensar que a arte é uma manifestação divina através dos artistas.


isso.

Aquecimento



Faz muito tempo que não sofro o surto literario no qual me encontro agora.
Durante essas duas ultimas semanas venho escrevendo muito, quase desesperadamente (seria o ato de escrever um ato desesperado?)
Lembro que da ultima vez que isso aconteceu eu vivia numa casa gelada e a luz de velas, num dos invernos mais frios que a Espanha já teve. Quando hoje penso, talvez escrevesse para me aquecer. Passava boa parte do dia na biblioteca (lá tinha calefação e muuuuuitos livros) e quando em casa, sempre escrevendo.
Agora escrevo até mais. Já que não tenho tantos livros para alimentar minha fome de palavras. Faz uma semana que estou submergido numa historia que chama-se "A Gaiola", não consigo parar de escreve-la. Durmo e acordo pensando nela. Falta pouco para o desfecho.
Ontem minha mãe a leu.
"Meu filho. Você tem uma cabeça muito doida. Essas coisas saem dai de dentro mesmo?"
De onde sairiam senão?

Estou com frio, quem sabe por isso escreva.



isso.

10 abril 2009

Preguiça ou masoquismo


Confesso,
Sou um escritor preguiçoso. Creio que passo muito do meu tempo ocioso apenas pensando em lugar de estar colocando idéias no papel. Em lugar de estar arrancando da minha cabeça todos esses personagens que sonham tomar forma.
Penso que a “inspiração” pode não vir. Mas quando abaixo a cabeça e começo o trabalho, sempre sai alguma coisa.
E todas elas falam de mim. Passo a me conhecer melhor nas coisas que eu escrevo, tanto quanto andar pelo mundo e perceber as pessoas e historias.
“para quem estou escrevendo?”
Escrevo para mim. Uma coisa que sempre acreditei, é que todos os poemas que fiz, mesmo que inspirados em mulheres, animais ou coisas eram para mim. Tenho todos os meus originais guardados com muito amor. Cadernos que são retratos literários de uma época. Muitos que fui ao longo dessas longas viagens e anos.

Mas comecei falando que era preguiçoso.
Escrever é como um parto. Como qualquer tipo de arte genuína, tem que ser um parto. Diferente disso, desacredito que seja arte.
Um parto dói, mas me sinto masoquista ultimamente.


isso.

Mini Poem

Inalcançavel.

Se é pra pensar nela, penso olhando nuvens
Brancas, fofas e de inalcançável beleza.
Penso que ela é como a água lá no céu
Que vai juntando suas gotas com leveza
Até formar nuvens frondosas e densas
Para chover na minha horta, hoje seca.



isso.

Espiral


Existe um estudo de Jung (caso não conheça o Carl, não perca tempo) que se chama "O segredo da flor de ouro". É um estudo sobre um texto milenar chinês que conseguiu sobreviver a brutal ignorância humana. O mais interessante do estudo é o texto chinês na integra, que ficou conhecido no ocidente através de Jung.
Por que falo disso? Eu estava pensando num momento do livro que diz: "Se existe uma única verdade absoluta, essa é: Toda energia se movimenta em circulo."

Os atomos são cíclicos. Os planetas. A alquimia da culinária. O cão que vai deitar. As estações. As ondas de som, rádio, celular, televisão. Até o DNA.
Pensava nisso depois de olhar essa imagem que estava guardada nos meus arquivos. É uma galaxia em espiral.


isso.

08 abril 2009

Novo no velho


- Você já leu a Odisseia de Homero?
- Não.
- Então é nova para você.

As vezes nossa fome por novidades nos deixa insensiveis ao mundo. A fome por possuir e possuir toma conta de nossa vida. Queremos ter coisas, sentimentos, pessoas.

Imagino o olhos do primeiro público da primeira projeção de cinema. Como aquilo deveria parecer fascinante diante dos olhos deles. Outro dia fui assistir uns filmes classicos, era uma oportunidade unica de ver aqueles filmes em tela grande. O primeiro de 1903, logo 1924.. tinha de outras datas. Mas vi apenas os dois primeiros, já que minha amiga não aguentou ficar na sala. Acostumada e viciada em enlatados americanos e velocidade de edição vertiginosa, ficou enjoada com as imagens sem efeitos especiais.

Hoje quando o filme é lançado no cinema. Você pode ir no camelô compra-lo para ver em casa. Já não existe aquela emoção de esperar por alguma coisa, como na minha infância. Onde foi parar o valor da surpresa? E depois que vê o filme nunca mais quer saber dele, é totalmente descartavel. Estava com minha mãe que se queixava de não ter nenhum filme para ver. "Mas você tem mais de cem aqui. Não pode ver de novo um que você gostou?" A ideia lhe pareceu quase absurda.



isso.

07 abril 2009

DNA


Não há lugar onde eu veja mais sabedoria que nos olhos de um bebê.
Nos olhos de uma criança existe a ingenuidade limpa de todas as mentiras que o mundo obriga seus filhos aprenderem e repetirem, como numa boa escola medieval.
Nos olhos de uma criança as respostas não são pensadas e calculadas para surtir o melhor efeito. Simplesmente são.
Uma vez li num livro (gostaria muito de lembrar agora qual): Deus não existe, ele É.
É por isso que as crianças estão mais proximas do divino. Elas simplesmente são, sem desculpas, mentiras ou diplomacias. A verdade não precisa de diplomacia para existir.

Um dos meus mestres uma vez me falou: "No hay nada mejor que estar entre los jovenes. Los jovenes saben de las cosas actuales. Saben todo lo bueno que hay que saber. Y aún están abierto a aprender cosas nuevas. Nada es más triste que ser un 'adulto'. Jamás pierda al niño que aún existe dentro de ti."
Faz umas semanas encontrei uma amiga de minha mãe que não me via desde que eu tinha oito anos de idade. Lembro que ela é uma grande responsável pelo fato de eu gostar de ler. Num momento da nossa conversa ela me disse: "Danton você tá com cara de homem. Mas ainda vejo perfeitamente aquele menino em você." - "Luto bastante para preservar ele." respondi.

Se nascemos com um contato tão direto e puro com Deus, porque o jogam fora ao longo de nosso envelhecimento?
A sabedoria de um bebê é ancestral, está no seu DNA. Não é capaz de ser compreendida com as palavras desse plano carnal, que nada mais são que tendências culturais.
Deus está no nosso DNA.


isso.

06 abril 2009

O homem dos doze



Uma vez eu estava em casa. Chamaram no portão e fui atender.
Era um senhor negro interessado em comprar umas telhas velhas que eu tinha lá em casa. Conversamos, combinamos o preço e uns vinte minutos depois ele voltou com um carrinho de mão e seu saudável e enorme filho para lhe ajudar a levar as telhas.
O nome do senhor era Emanuel. Ficamos conversando sobre a necessidade de mudar nosso bairro, tão carente de tudo. Da necessidade de proporcionar algo para os jovens, tirando eles assim do tédio e da consequente entrada no mundo das drogas. Quando percebi que Emanuel tinha doze dedos nas mãos. O mais curioso é que, as pessoas que têm doze dedos têm a mais o mindinho. Emanuel tinha a mais o polegar. Emanuel significa Deus está conosco e indica um ser humano em busca do conhecimento que lhe permitirá tomar as rédeas do seu destino.
Fiquei com um pensamento na cabeça. O homem de doze dedos que se chama Emanuel veio na minhas casa me dar dinheiro.
Seria um sinal?


isso.