
25 dezembro 2008
E o tempo passa.

26 novembro 2008
Desgarrado
Eu sou a ovelha desgarrada. Tenho um passado que pesa bastante nas costas, porém sempre olho o presente com animo, e deixo o passado guardado na memória sem olhar com nostalgia. O passado nada mais é que o alimento que criou esse presente, o alicerce para meu futuro. E como todo alicerce de uma casa, fica escondido entre paredes e chão.
17 novembro 2008
Hoje

Iniciei o post com essa frase por não ter outra que iniciar. Talvez porque mesmo sendo o final de um dia que passou, hoje continua sendo num novo dia.
Quando eu vim para Porto Alegre, sabia que vinha rumo a uma nova aventura, tinha dentro de mim uma ânsia de algo inusitado, e agora me encontro no olho desse furacão.
Foi algo tão aventura que agora que paro para pensar mais calmamente, vejo que sou realmente um louco correndo atrás das borboletas no campo. Esqueci aquela máxima que diz: "Em lugar de correr atrás das borboletas, melhor plantar flores para que elas venham."
Vim sem ter casa, sem conhecer ninguém, sem ter muito dinheiro (fato esse que já levo de letra, não ter muito dinheiro), abandonando quem me deu tanto amor e carinho... vim cego por uma aventura da qual não me importava as consequencias, apenas a jornada, a adrenalina.
Hoje minha casa (que ainda não tenho) é o porão de um velho edificio no centro da cidade; frio, húmedo e escuro. Minha cama é um sofá onde caibo bem, estando sentado. Meu café da manhã será o meu almoço e daqui a alguns dias nem sei com existirá o almoço.
Arrependido? Jamais. Na verdade ainda gosto dessas loucas aventuras, apesar de estar a cada dia menos fã delas. Já foi tempo que um lençol estirado no chão para mim era leito de plumas.
Já levo uma longa jornada sendo "monge", a cada dia desejo mais o conforto da vida. Penso que uma cama me fará melhor companhia nas minhas noites solitarias.
Uma coisa tenho a agradecer a Deus (agradeço tudo a ele), sempre colocou no meu caminho pessoas dispostas a me ajudar. Obrigado Pai, por dar forças a minhas pernas para correr atrás das borboletas.
Hoje começo a sembrar flores, as borboletas que venham ao meu templo.
15 novembro 2008
Dez dias

Nesses dez dias aconteceram tantas reviravoltas no meu cotididano, muitas coisas que vi e senti das quais gostaria de relatar, mas por falta de uma maquina pessoal acabaram ficando na memória apenas ou em algum dos meus cadernos ( tem um pra sonhos, um pra pensamentos e um para o "muito eu")...
Como nesse exato momento não tenho aquela explosão literaria acontecendo dentro de mim, e nem sei por qual parte poderia começar a contar as coisas que me acontecem agora. Vou postar um poema.. quem sabe mais tarde esteja mais apto a escrever...
Eu gosto sempre de lembrar quando vou apresentar essse poema que o fiz sentado ao lado da estátua de Carlos Drummond de Andrade, que existe em Copacabana. E que no momento que comecei a escreve-lo, dois carros bateram bem na minha frente (batidinha leve básica, mas batida)
Cabeças
Bateu agora nessa cabeça
De cabeça para baixo
Uma vontade de escrever.
Talvez com alguma rima,
Ou melhor vou sem rimar.
Aprendendo com o vasto mundo
Pra encontrar o meu Raimundo,
Entre o crack de dois carros
Que chocam, ou duas bocas.
No estalo de um isqueiro
Acendendo todo teu paiol.
Com o movimento de uns dedos
Entre o mistério de suas pernas
Para que você perca a cabeça.
Bateu agora nessa cabeça
A de cima e a de baixo
Uma loucura de te encontrar.
Talvez com algum medo,
Ou melhor vou sem temer
Procurando na nossa cidade
Um caminho para a felicidade
Entre o ruído de duas línguas
Que molham, ou dois corpos.
Na ignição de um ventre
Acelerando toda minha maquina
Com movimentos dos olhares
Nos revelando ou escondendo
Enquanto perdemos nossas cabeças.
isso
05 novembro 2008
5 de Novembro

Algo histórico aconteceu, um negro foi eleito para o cargo mais importante do mundo, presidente dos EUA. O negão já entrou como um mito, me emocionei quase ao choro vendo o discurso dele. Eu torci desde o primeiro momento, quando ainda disputada com a Clinton. Nada como uma mudança drástica para trazer mudanças reais. Foi assim que aconteceu aqui no Brasil quando Lula entrou, e creio que está sendo o melhor capitão que o nosso barco já teve. Esperemos que o capitão novo nesse grande mar esteja a altura do cargo.
Hoje meu filho completa sete anos de idade. Sinto muita saudade dele e creio que ele mais do que eu sente minha falta. Essa minha vida de correr mundo sempre me deixou mais tempo longe que perto dele, sendo eu apenas uma lembrança, uma voz no telefone, alguém que está nalgum lugar longe onde não tem como ele visitar assim tão facilmente. É como a historia se repetindo. Durante toda minha infância minha mãe esteve viajando e meu pai uma foto sem ao menos voz no telefone. Talvez por isso não me doa fazer meu menino sentir essa dor. É cruel admitir isso, mas é assim. Hoje serei outra vez a voz no telefone desejando feliz aniversario.
Hoje minha namorada terminou oficialmente comigo. Eu sonhava, mesmo dentro das adversidades atuais, poder estar muito tempo ao lado dela. Sofro com essa mudança, não há como não sofrer quando se rompe com alguém que se gosta, mas tenho o peito já tão calejado com idas, despedidas, distâncias e acredito tanto nas variações da vida que simplesmente enfrento essa dor como uma experiência necessária para minha evolução pessoal. Eu sei que isso soa estranho, mas a vida acabou me ensinando assim...
O último, porém não menos importante fato que faz desse cinco de Novembro um dia tão ímpar na minha vida atual é um livro que terminei de ler. Surfistas da Zuvuya de José Arguelles. Um livro que me trouxe a memória antigas experiencias, que a tempos eu tinha no arquivo da mente. Esse livro voltou a me despertar à um caminho que eu tinha esquecido que devia seguir. E sei que o apareciemento dele na minha vida significará o aparecimento de pessoas que tenham o interesse pelos mesmo temas.
Cinco de Novembro de 2008 será um dia que ficará na memória de muitas pessoas, muito na minha pelas coisas que aconteceram condensadas em um único dia.
Isso.
04 novembro 2008
Ler enriquece

Está acontecendo aqui em Porto Alegre a (não sei qual número)º Feira do Livro.
O lema dessa feira é "Ler enriquece", penso no significado real e abstrato que essa frase tem. Eu, apesar de já ter lido muitos livros na minha curta vida (nada comparado com o que eu gostaria e deveria já ter lido) não estou rico. Financeiramente falando, claro. Meu mundo interior é de uma riqueza ímpar quando comparado ao crescente contigente funcionalmente analfabeto que temos na nossa nação. Aprende-se a ler, abcedario, conjugar os verbos, analises sintaticas, morfológicas, segundo grau, faculdade e... um tiro na literatura. As pessoas simplesmente esquecem que sabem ler. Você não vê quase pessoas nas praças sentadas lendo um livro, no onibus, numa lanchonete ou simplesmente comentando sobre literatura. Claro, no meio universitario até acontece, mas não deveria ser o pilar da nação?
Ler enriquece. Conheço pessoas que ficaram ricas (materialemente falando) que mal sabem compor as palavras. A cultura delas foi a cultura de acordar ainda de madrugada e trabalhar muito. E tem aqueles que são imensamente ricos culturalmente (no meu caso só bem de vida cultural) e estão pobres, segundo o conceito rico/pobre que a sociedade atual tem.
O importante é que eu estou morando ao lado da feira do livro, e diariamente estou indo lá ver os livros, assistir eventos e palestras. Como sou pobre de dinheiro e rico de palavras fico tirando casquinha dos livros e sonhando qual dos que estão no "super saldo" eu vou comprar.
Quando um dia eu seja rico de materia espero ainda ter o apetite para comer bastante livros como venho comendo até hoje, ficar então rico de dinheiro e milionario de literatura.
Isso.
03 novembro 2008
Itália
Já que uma amiga comentou e pediu que eu postasse essa poema aqui.
Itália.
Julguei perdido meu atrativo.
Julguei leviano teu desespero.
O amor é um cavalo caindo
Num despenhadeiro.
Mordi sem força teu dedo esquivo.
Caí de boca num pulo amigo.
Cresci no dente e no abraço.
Tá de graça? Der mole eu traço.
Viajei sumido no meu mal-trato.
Viajei sem graça tua ambição.
O amor é um rio que acende
Levando-nos no seu arrastão.
Segundo Domingo

Estou a cada dia gostando mais da capital dos riograndenses. O estilo das ruas, as pessoas, o clima agradável. Algo que me deixa bastante feliz é que aqui voltei a sentir aquela sensação de novidade, da possibilidade de encontrar o novo ao dobrar uma curva, ao sair detrás das árvores e ver um parque repleto de surpresas a serem descobertas. Não tinha essa sensação desde que voltei da Europa, e senti-la outra vez é muito bom.
Ontem fui ao Parque da Redenção (oficialmente chama-se Faroupilha, mas aqui eles chamam Redenção) e notei tudo muito light. Sem os doidos que conheci na semana anterior... Fiquei sentado, escrevi alguns versos no meu caderno, somei-lhe alguma prosa, ri bastante da cantada da menina lésbica sobre a menina hetero. " Oi. Você é hetero?" - "Eh... Sou." - "Ah. Desculpa então." - "Quer dizer, depende. É você que quer saber?" - "Não. É a minha amiga. Aquela ali." - "Loirinha bonitinha sua amiga. Se ela quiser conversar..." e foram dar um passeio enquanto a amiga lesbica ficou sentada no banco ao lado do meu. Puxei assunto, não sobre sua lesbiandade, mas sobre o que poderia eu fazer na cidade num dia de Domingo. Foi que acabei descobrindo sobre o show que acontecia na Usina do Gasometro. Show, ar livre, um mar de pessoas... é pra la que eu vou. Fui caminhando pra melhor conhecer o caminho. Chegando lá descobri que aqui existe um sindicato para os guardadores de automoveis, no Rio chamados flanelinhas, me soou engraçado. Se arranham seu carro podemos reclamar no sindicato?
Entrei no mar humano. Tocava uma banda da qual não me lembro nem nome, nem música. Tentei até identificar na multidão algum dos doidos conhecidos na semana anterior, mas não tive grande sucesso ou interesse de encontra-los. Um grupo, dreads na cabeça; "Oi irmão. Sou de fora, posso chegar?" - "Chega ai." O nome do cara era Teimoso, figura fácil de lembrar. Cabeça feita. "Valeu teimoso. Vou navegar." E fui andando meu caminho sem trilha certa, costurando as almas e dentro do meu proprio mundo.
De repente alguém falou comigo. "Ei, você conhece Bevar Cristiania?" Que maravilha, uma alma para ser salva.
(Voltemos algumas horas antes. Estava eu dentro do meu cubículo, recém saido do banho. Olhei o tempo, pouca ameaça de chuva seria apesar do céu cheio de nuvens. "Vou de chinelo e manga curta." Coloquei minha camisa do São Jorge, mas olhei na gaveta aquele vermelho. "Não, vou colocar essa camisa. Hoje vou conhecer alguem especial por causa dela.")
Me uni ao grupo. "Esse é fulano, essa é ciclona e essa é metadona..." Não lembro um nome sequer. Até tentei conversar por algum tempo, mas com tantos decibéis fica mais complicado ter um dialogo justo. "Eh, vou dar uma volta." Voltei ao mar.
Sentei numa área mais afastada pra poder observar de longe a multidão. Se meus olhos fossem uma maquina fotografica, que fotos ja teria feito na minha vida... passou um tempo. "Posso sentar aqui, brother?" - "Eu prefiro ficar sozinho. Mas como o parque é público." Cara muito estranho, fedido, magro, nervoso e muito suspeito. Sentou bem perto de mim. Tensei, esperando o bote. Ele olhou pra um lado, pra outro, olhou pra trás como procurando alguma coisa, virou pra mim e quando ia puxar alguma coisa debaixo do casaco eu pulei pra longe olhando fixo o infeliz. O cara tentou levantar atrás de mim mas escurregou e caiu. Patético. Minha vontade foi enxer o imbecil de porrada, pra descarregar toda a testosterona que esta acumulada no meu corpo. (Ah, ficar sem sexo é dicifil). Mas pra que iria eu semear violência quando o que quero é paz?
Segui meu caminho... Quando a tarde foi chegando ao seu fim o céu abriu lugar ao Sol. Pude então ver o famoso pôr do Sol de Porto Alegre. A Sol apareceu para se pôr, fiz até uns versos sobre o momento. "Curti" um pouco o show do Afroreagge, que chato, já passou minha fase "favela". Continuei navegando e um grupo começava uma fogueira. "É pra ali que eu vou." Chegando lá vi uma menina que segurava umas claves tão bonitas e azuis, "Posso brincar com suas claves?" "Você sabe?" "Um pouco." Fiquei durante um bom tempo dentro do meu mundo brincando com as claves, a fogueira já estava forte então. Otimo final de dia, maravilhoso inicio de noite. Já me sentia então menos anti-social que antes, e nesse grupo acabei me enturmando um pouco mais. Todos universitarios, inclusive um deles eu tinha conhecido na semana anterior, ele que lembrou de mim. Conversamos sobre muitas coisas, principalmente sobre o Rio de Janeiro. É bom saber que as pessoas aqui gostam tanto da minha terra. "Vamos pra um show que tá acontecendo lá na cidade baixa? é gratis." Adoro essa frase curta e direta: "é gratis". Fui. 11º festival de musica de Porto Alegre. Fiquei pouco tempo lá. Preferi estar embaixo de uma marquise ao lado da sorveteria blablando sobre já nem me lembro o que. Nada como filosofar sobre tudo e nada sentado na rua. Deveriam ensinar esses costumes nas escolas. Deram onze da noite, e decidi que o melhor seria voltar ao meu cubículo. Meu segundo Domingo foi bastante completo.
Sempre bom
aprendii a gostar d mim e do meu jeito q sou
um amigO me deu uma dica pra q isso funcionasse
ele mandou eu dizer assim para o meu corpO---> "como minha mão é linda. obrigado Deus, por eu ter mãos" - "como minhas pernas são lindas. obrigado Deus por eu ter pernas." "como minha bunda é linda. obrigado Deus por eu ter bunda." "como meus olhos são lindos. obrigado Deus por eu ter olhos." "como minha boca é linda. obrigado Deus por eu ter boca." "como meus seios são lindos. obrigado Deus por eu ter seios" etc etc etc...
rsrs
no começo foii estranhO
mas aos poukos fuii percebendo o kantuu sou maravilhosa e bela
pq a beleza não está no exterior e sim no nosso interior...
Vou dizer mais um vez---> Obrigaduu por sua amizade...
bjO!
é sempre bom saber de coisas assim...
isso.
30 outubro 2008
Passado, presente e futuro.

Eu estava andando direção a minha casa para pegaro violão, já que a chuva dava sinais claros de tregua e com uma viola seria mais fácil fazer amigos. Estava eu caminhando quando vi num ponto de onibus várias pessoas debrussadas sobre um senhor que jazia desmaiado no banco. Repentinamente algo me impulsionou para ir no velho homem. Cheguei lá ninguem sabia o que fazer, pareciam ter medo de tocar no velho todo torto, como se ele fosse um leproso. Sentei no banco coloquei o velho no meu colo e falei pra uma mulher revitar o bolso deles a procura de um celular, um telefone, qualquer coisa. Falei pra um muleque que olhava atonito que procura-se um guarda, qualquer coisa. E me veio na cabeça um e-mail que recebi a anos atrás sobre os sintomas de um derrame e o que fazer quando uma pessoa estiver tendo um. Atitudes simples que podem salvar a vida de um individuo. Olhei a face do velho, branca como cera, labios torcidos, pontas dos dedos roxos... "Alguem tem uma agulha? Um alfinete. Qualquer coisa que fure?" Uma senhora me esticou uma agulha com a qual furei as pontas dos dedos do velho onde o sangue espirou com pressão no inicio mas depois ficou mais ameno, e furei os lobulos das orelhas dele. Enquanto eu fazia isso já havia chegado um policial que já chamara uma ambulancia. Quando ele me perguntou: "Você sabe o que está fazendo?" - "Cara, sei mas eu nunca fiz. Mas sei que pode salvar a vida dele." Não falou mais nada comigo e pediu as pessoas que se afastassem para o senhor poder respirar. Lentamente o velho, ainda sobre meu colo, foi recobrando a cor. "Você é enfermeiro?" - "Não." Quando os paramédicos chegaram, uns dez minutos depois, o velho ainda estava desfalecido, porém tinha mais cor na pele. Pegaram ele e peguntaram que eu tinha feito. Respondi. Como eu sabia daquele procedimento? Tinha lido num e-mail tempos atrás. Perguntaram se eu queria acompanhar o velho, disse que não pois tinha um compromisso (a viola, o parque e os novos amigos).
Naquele dia vi a morte rondar perto de mim. E tive uma sensação que os médicos têm, e que hoje entendo muito melhor, a de salvar uma vida, ou ao menos proporcionar uma qualidade muito melhor no futuro. Tudo não durou mais de vinte minutos, mas foi tão longo e intenso, como se d um filme se tratasse. Se eu não tivesse lido aquele e-mail e prestado atenção não poderia amenizar os efeitos do derrame naquele senhor. Se o Sol não tivesse aparecido e meus dedos não tivessem coçado para tocar as cordas, não teria visto a cena e me apresentado para ser um ator nela.
Tudo. No passado e no presente são alimento para algo no futuro. Por isso é importante ficarmos atentos a TUDO.
O nome do senhor era Dante Biercks, jamais penso esquecer.
isso.
25 outubro 2008
Bala com bala

João Bosco
A sala cala e o jornal prepara quem está na sala
Cheguei ao Porto
Me lembra a decadência chic de Portugal, até o cheiro tem semelhança. De momento vivo num pulgueiro bem no coração da cidade, mas é até divertido se não fosse tão fedido. Se conhecer algum estudante de biologia, levo ele pra fazer trabalho de campo no banheiro do apartamento, certamente encontra alguma nova bacteria desconhecida da humanidade.
tem pouco mais de vinte quatro horas que cheguei, pouco posso falar sobre o lugar. Só que a primeira impressão foi satisfatoria (e a primeira impressão não é a que fica?)
Isso.
23 outubro 2008
Other poem

Impressões de Brasilia III

Meu tempo aqui foi curto. Nem três meses completos. Mas foi o suficiente para aprender que gostei e não gostei dessa cidade.
22 outubro 2008
Numa República

Aqui em Brasilia (agora começou mesmo a contagem regressiva, sexta-feira 12:45 eu viajo) eu vivi numa república de estudantes.
21 outubro 2008
Coração seco
19 outubro 2008
Poema
Quero
A saliva de sal de tua boca selvagem
Teu hálito suave na minha orelha
E teu ventre moreno todo suado.
Quero a flor de teu segredo inocente
A força das tuas bravas pernas-miragem
Teus dentes tímidos na minha veia
E tua fruta arisca ardendo de quente.
Não ficas. Mas me matas.
Não falas. Mas me acaricias.
Não gemes. Mas me sentes.
Quero a flor do teu beijo medroso
A paixão das tuas unhas afiadas
Teu coração latindo no meu peito
E nossos corpos num amor gostoso.
Um novo destino

Eu já deveria estar acostumado com isso, afinal já viví a sensação de mudar o lugar onde vivo tantas vezes. Mesmo assim estou bastante inseguro com essa nova mudança que se aproxima, já que essa, diferente de todas as outras que passei, é para um lugar onde estarei realmente "by myself".
17 outubro 2008
Impressões de Brasilia II

Muitas coisas podem ser ditas sobre Brasilia, mas a única que não pode ser é de que essa cidade é um retrato de nossa nação.
15 outubro 2008
Impressões de Brasilia I

Meu tempo nessa cidade não é muito, acho que sequer chegou a três meses, mas vendo pelo lado frenético que funcionam as coisas hoje em dia, creio que nesse tempo já pode-se ter alguma impressão mais profunda que a tida numa visita de fim de semana.
13 outubro 2008
Outro Poema
Segundo eterno.
Nesse segundo necessário podemos
Ver tantas coisas serem criadas. Num
Ínfimo segundo temos a ejaculação
Que vai mandar a semente ao óvulo.
No segundo que parece tão sem valor
Nos apaixonamos pela garota da esquina.
Menos que isso separa o vencedor do
Que perde todo seu dinheiro nos cavalos.
Num segundo que passa mais veliz que
O verso mal rimado de um poeta surdo,
Podemos decidir entre um sim ou não,
Sobre qualquer assunto, mesmo absurdo.
Um segundo é o tempo suficiente para
Uma vida de milhões de horas vazar
Pelo ralo sujo. O tempo que separa
Respirar ou estar no descanso eterno.
Pode ser o tempo que Deus nos concede
Para decidir entre céu ou inferno.
É o tempo que quem é esperado lhe pede
Para não perder algum outro segundo.
É muito mais do que falta para
Ter a carne dilacerada por um ferro.
Mas um segundo a espera de quem se ama
Transforma-se num cruel segundo eterno.
De onde sou?

Eu nasci no Rio de Janeiro. Bem no miolo do Rio, lá na praça quinze. Do lado do principal porto que o Brasil já teve durante vários secúlos, hoje apenas um monumento que serve para fazer sombra para os mendigos.
Paciência

Ao colocar uma semente na terra, a tendência é que ela nasça e cresça. mas esse processo é influenciado por muitos fatores: a estação do ano, fertilidade da terra, carinho das gotas que molham esse solo... mas ante tudo, o processo de crescimento requer paciência, que a natureza tem de sobra.
Vivemos em uma época em que tudo corre de uma forma vertiginosamente veloz. Vive-se em um mês o que décadas atrás tardava-se anos, com toda essa necessidade e enxurrada de informações. Para ter uma ideia, antes os bebês nasciam com os olhos fechados, hoje nascem olhando com ansiedade de informação, pois não há tempo a perder.
Ficamos mal acostumados com isso?
Mal acostumei a mim mesmo, ou simplesmente segui a tendência de uma geração. Agora tenho que aprender a ter paciência, plantar a semente e não querer acelerar a movimento das estações. Se o solo é fértil, de que adianta eu querer que a terra gire mais rápido? Que o tempo corra a seu tempo até que o fruto adoce meus lábios.
Estava mal acostumado a ter o que queria rapidamente nas mãos. Hoje para ter o que mais quero, antes devo querer a paciência para que ela me presenteie com o sonho do meu coração.
Serei como a árvore que nasce e cresce esperando pacientemente o primeiro fruto nascer.
POEMA

Tem um poema que eu sempre apresento primeiro... ai vai:
Gostaria muito de contar
apenas ainda não sei a quem
todas as minha mágoas,
minhas inventadas e fingidas lágrimas.
Gostaria tanto já ter aprendido
fazer desses sentimentos sonetos
montando tudo em versos perfeitos
ou encaixando em rimas sem jeito
Pegar essa ideia do sentimento.
transmutar-la em magras frases
ou longos textos. Apanhar e
bater nas palavras que arranham
viver o triunfo da perda e
o lamento dos que ganham.
Espalhar verbos por todas partes
deixando assim meu trabalho feito.
Gostaria de engolir menos verbos
verdugos nessa hora de silêncio
seja um tambor de rosas azuis ou
um leito egoista coberto de espinhos.
Gostaria de igualar a balança,
só que pesando pro meu lado,
para achar um amor que machuque
ou o desafinar em um torto verso.