25 julho 2009

Poemas do Baú I


Um amigo meu disse que eu deveria postar alguns poemas antigos. Que dificil, pois são tantos e nunca sei qual escolher. "Escolhe 5 pra mim. O que não estiver postado, eu coloco." eu disse

Esse primeiro foi o último poema que fiz no ano de 2006. O escrevi após ser quase atropelado.


Segundo eterno.

Apenas um segundo é preciso. Só um.
Nesse segundo necessário podemos
Ver tantas coisas serem criadas. Num
Ínfimo segundo temos a ejaculação
Que vai mandar a semente ao óvulo.

No segundo que parece tão sem valor
Nos apaixonamos pela garota da esquina.
Menos que isso separa o vencedor do
Que perde todo seu dinheiro nos cavalos.

Num segundo que passa mais veloz que
O verso mal rimado de um poeta surdo,
Podemos decidir entre um sim ou não,
Sobre qualquer assunto, mesmo absurdo.

Um segundo é o tempo suficiente para
Uma vida de milhões de horas vazar
Pelo ralo sujo. O tempo que separa
Respirar ou estar no descanso eterno.

Pode ser o tempo que Deus nos concede
Para decidir entre céu ou inferno.
É o tempo que quem é esperado lhe pede
Para não perder algum outro segundo.
É muito mais do que faz falta para
Ter a carne dilacerada por um ferro.
Mas um segundo a espera de quem se ama
Transforma-se num cruel segundo eterno.


isso.

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