03 maio 2009

Impulso


Jamais soube ou saberei se é virtude, defeito ou caracteristica, mas sou um impulsivo.
Por mais que as pessoas me digam e avisem para ser só mais um pouco comedido, não, tenho que funcionar como fogos de artificio. E em lugar de ter paciência para esperar e ver as coisas acontecerem gradativamente eu acelero o processo.
Muitas das vezes que fui impulsivo, acabei colhendo frutos, mas nem sempre foram os desejados.
Mas se tem uma coisa que me não consigo não fazer é seguir meu coração. Sendo ele uma bomba impulsiva acabo sendo eu também.

Nesses últimos dias fiz duas coisas no impulso do meu coração e da minha intuição. Uma está dando muito certo. Espero que a outra siga o mesmo caminho.
Isso de ser impulsivo lembra um poema que escrevi uma vez num bar lá no Leblon. Estava rolando um encontro com poetas declamando suas poesias. Peguei a caneta do garçom emprestada e escrevi no papel da mesa que rasguei ao final.



Garota do Lebão

Quero ter o prazer de rasgar
Os preconceitos, os olhares que
Inquerem os movimentos nascentes
De um impulso infantil. Meus
Tenros desejos de criança.

Quero gozar a sensação do papel
Sendo chicoteado pela caneta
Do garçom anti-poético, e
Respeitar quem não ama
O aplauso do sádico público.

Quero usar chinelo entre loucos
Disfarçados de intelectualizados
E chegar onde queira com meu
Jeito moleque, suburbano e
Pseudo-desinteressado.

Quero brilhar num céu de
Estrelas de explosões poéticas,
Mas humildes. E servir ao
Dom de ser eu mesmo. Ainda
Que me aconselhem o avesso.



isso.

Nenhum comentário: