
"Meia noite, pleno dia dos namorados e você correndo atrás de uma vaca, meu filho."
Dizia minha mãe a gargalhadas na cozinha.
Eu deitado na cama vendo um filme. Onze e uns quinze minutos passados entra minha mãe e meu "irmão" em casa afobados.
"Danton. Acabei de ver uma vaca perdida na rua, tadinha. Com a teta cheinha de leite. Vai ser atropelada. Ia trazer ela pra casa, mas só nós dois não dava.Vamos lá pegar ela?"
"Uma vaca? Onde? Vamos!"
E fomos eu e meu "irmão" correndo. Minha mãe na bicicleta.
"Porque estamos correndo?" perguntei.
"Pra alcançar a vaca."
"Mas tem que ir correndo?"
"Olha ela lá."
Corremos mais rápido.
A vaca era gigantesca. E estava prenha. Xô xô daqui, xô xô de lá. Conseguimos conduzir ela até o portão de casa.
Ela parecia dizer. "Quais são suas intenções comigo? Você são estranhos. Não vou entrar ai não." Nisso já tinhamos subido e descido a rua, várias vezes, guiando ela que evitava entrar na casa. Quando por fim estava se convencendo que deveria entrar por aquela passagem, o minúsculo cão da minha mãe começou a latir-lhe.
O animal em seus quase quinhentos quilos, apavorada pelo estridente latido do animalzinho de 800 gramas saiu correndo.
"Pega a corda. Vamos laçar ela." dizia eu para o meu padrasto.
Depois de mais uns 15 minutos tentando jogar a corda atravéz do pescoço, o consegui. Senti a absurda força daquele animal. Ainda fiz ela rodar em volta de mim. Mas logo começou a correr e me levar. "Ou largo ou vou ser arrastado por esse monstro." Larguei.
"Devolve a corda." Eu gritava atrás dela. E atrás de mim, meu "irmão", minha mãe e vários vizinhos que riam gostosamente.
isso.
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