11 novembro 2009

A casa iluminada


A casa iluminada.


Ontem houve um grande apagão que afetou mais de dez estados brasileiros, entre eles o que vivo agora, Rio de Janeiro.

Mas devo explicar tudo dentro do contexto que foi minha noite.

Cheguei à casa depois de mais um dia laboral. Alimentei minhas gatas, tomei um banho gelado, coloquei minha camisa branca de São Jorge e fui para Lan House me dedicar as minhas internetices.
Assim que entrei na Lan me assustei, como dentro da loja tem uma luz negra, eu parecia um abajur de São Jorge.

"Eita, tô brilhando!" foi o único que consegui dizer quando todos olharam como se eu fosse uma lua cheia.

Sentei e assim que loguei apagou-se tudo. "É, vou pra casa ler um livro."
No completamente escuro caminho, já que mesmo se o céu estivesse limpo a Lua estava minguante, eu pensava no que seria da humanidade se de repente toda luz eletrica deixasse de existir e que provavelmente as almas humanas voltariam-se para sentimentos sombríos. Tinha que caminhar com cuidado, já que a escuridão só era interrompida pelos farois de alguns carros.

Quando cheguei em frente da minha casa tomei um susto. Tinha luz. Uma tenue luz brilhava na lampada da minha varanda.
"Será que houve um curto na minha casa e eu tirei a luz do bairro todo?" foi meu primeiro pensamento.
Fiquei com receio de entrar, mas entrei. A casa fazia um som de energia eletrica. Desliguei os aparelhos da tomada. Fui ao muro perguntar para minha vizinha se havia luz fraca na casa dela. "Não" foi a resposta. Subi ao meu terraço e olhei para todas as casas em volta. Só eu tinha luz, tudo no mais completo breu.

Escolhi tomar esse acontecimento como uma analogia a um futuro imaginario, onde o mundo cairá em trevas enquanto eu terei luz, mesmo que fraca.



isso.

Um comentário:

Thome de Oliveira disse...

Há pouco tempo foi lançado um livro com esse nome (A casa iluminada).
Muito bom o livro, por sinal.